Alguns parceiros comerciais dos EUA, incluindo o Brasil, vão sofrer tarifas de 50%
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (27) que não pretende adiar o prazo para a imposição de tarifas de até 50% sobre países parceiros, incluindo o Brasil. A medida deve entrar em vigor em 1º de agosto e faz parte da estratégia do governo norte-americano para pressionar nações que, segundo Trump, mantêm práticas comerciais desleais.
A declaração foi feita durante um encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Escócia. Em tom ríspido, Trump avaliou em “50%” as chances de um acordo com a União Europeia e declarou que “não está de bom humor” para negociações.
Caso as tratativas com Bruxelas fracassem, Trump prometeu aplicar uma tarifa de 30% sobre todos os produtos originários da União Europeia. A nova rodada de tarifas reforça a política comercial agressiva do republicano, que busca reequilibrar a balança comercial americana às vésperas das eleições presidenciais.
A posição já havia sido reiterada por Howard Lutnick, secretário de Comércio dos EUA, em entrevista à emissora conservadora Fox News. Segundo ele, embora o prazo para a nova rodada de tarifas esteja mantido para 1º de agosto, Trump ainda estaria aberto a negociações após essa data.
Desde o anúncio inicial em abril, apenas cinco países fecharam acordos comerciais com Washington: Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. Esses países aceitaram tarifas superiores à taxa básica de 10%, em vigor desde abril, mas inferiores aos níveis mais altos ameaçados pelo governo americano.
Especialistas apontam que o chamado “tarifaço” pode acirrar tensões econômicas globais, reduzir investimentos estrangeiros e afetar diretamente exportações brasileiras, sobretudo do setor agropecuário. O governo brasileiro já estuda alternativas para redirecionar os produtos que possam ser impactados pelas barreiras comerciais impostas pelos EUA.
