13/10/2015 13h00
Vereadores criticam falta de pediatras e possível fechamento do CEMPE
CMCG
Na sessão ordinária dessa terça-feira (13), os vereadores da Câmara Municipal criticaram o possível fechamento do CEMPE (Centro Municipal Pediátrico) e alertaram para a falta de médicos pediatras em Campo Grande.
Em discurso durante a Palavra Livre, o vereador Chiquinho Telles apelou para o prefeito Alcides Bernal não fechar o CEMPE na Avenida Afonso Pena, na tentativa de sensibiliza-lo já que muitas famílias dependem do atendimento pediátrico da unidade.
De acordo com o vereador Chiquinho Telles, se houver esse fechamento não há a garantia de que terão pediatras nas unidades de saúde 24 horas. “Sou completamente contra o fechamento do Centro Municipal Pediátrico. Se tivesse pediatra nos postos 24 horas tudo bem, mas nunca tem. Nem mesmo antes da abertura do CEMPE. Então, agora pelo menos a população tem a garantia de que vai encontrar médico no centro da cidade”, afirmou.
O vereador Dr. Jamal, que foi secretário de Saúde de abril de 2014 a agosto de 2015, destacou que a falta de pediatras é um problema nacional. “Há um desestímulo muito grande no setor de pediatria, devido à má remuneração da categoria. Por isso, precisamos criar um plano de cargos e carreira atrativo para trazer esses profissionais para a rede municipal de saúde”, alegou.
O vereador Betinho disse que é a favor de que se tenha pediatras nas unidades de saúde 24 horas dos bairros. “Precisamos de mais médicos e não fechar o que já está funcionando, mas não podemos negligenciar os problemas estruturais do local. Se ele for fechado, que se abra outro local então, devidamente estruturado e com os alvarás. O atendimento pediátrico é maior apelo da população quando vamos aos bairros”, disse.
Em seu pronunciamento na Tribuna, o vereador Dr. Cury, que também é médico pediatra, revelou que os problemas estruturais do Centro Municipal Pediátrico, como a falta de rampa e local para ambulância, que impediram a liberação do alvará sanitário e do Corpo de Bombeiros, colocam em risco a vida dos pacientes. “A boate Kiss também não tinha esses alvarás e olha o que aconteceu. Então isso é muito sério. Houve uma precipitação na abertura desse Centro Pediátrico, porque essas falhas poderiam ter sido corrigidas antes da abertura aos pacientes. A abertura do CEMPE causou um efeito de muita insatisfação para funcionários que trabalham na Sesau, porque houve uma diferenciação de tratamento e salarial para quem trabalha ali, que não foi estendido aos demais, indo contra a isonomia salarial. Também não podemos esquecer as diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) que é a descentralização da saúde, quanto mais perto estivermos da população nos bairros, melhor”, afirmou.
O vereador Ayrton Araújo do PT também se posicionou contra o fechamento do Centro Municipal Pediátrico, mas alegou que os pediatras também devem ser colocados nos bairros, principalmente os mais afastados.
Segundo o vereador Carlão, a população carece de atendimento pediátrico em geral e precisa de um local próprio, destinado ao atendimento das crianças. “Os pais querem ter um pediatra quando precisam, eles não estão ligando se tem rampa ou não. Eles querem ser atendidos quando o filho está doente. O mais importante que o gestor tem que fazer é inovar, pode até fechar hoje, mas já anunciar que vai construir outro pro ano que vem. Tem que inovar, nada de fechar. Se o prédio está inadequado, tudo bem, então vamos construir um novo local com condições dignas. Fechar e não abrir não adianta, vamos fechar quando já tiver o novo”, disse.
Em aparte, a vereadora Magali Picarelli destacou que é a favor da descentralização do atendimento pediátrico, desde que haja a mesma condição estrutural. “Sou a favor de termos o atendimento pediátrico nos bairros, porque há mães que não têm como levar o filho até o centro, então é melhor ter atendimento próximo de casa, mas desde que se tenha a mesma estrutura que o CEMPE tem hoje”, afirmou a parlamentar.
Por fim, o vereador Chiquinho Telles destacou que o prefeito Alcides Bernal deve designar o mais rápido possível o seu líder na Câmara. “Precisamos de um líder do prefeito para que ele possa intermediar uma conversa com o prefeito para debatermos assuntos relevantes para a cidade como o fechamento do CEMPE”, disse.
