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PMs flagrados cobrando propina para liberar cigarros viram réus em processo

Publicado em 23/12/2017 06h11

PMs flagrados cobrando propina para liberar cigarros viram réus em processo

Os sete militares envolvidos foram denunciados por concussão e sequestro

Da redação

O juiz da Auditoria Militar, Alexandre Antunes, recebeu esta semana a denúncia da promotora Renata Ruth Fernandes Goya Marinho, da 24ª promotoria de Justiça, contra os sete policiais militares envolvidos em esquema de cobrança de propina para liberar carga de contrabando de cigarros.

Foram denunciados o terceiro sargento Alex Duarte de Aguir, de 38 anos, os cabos Rafael Marques da Costa, de 28 anos, Eduardo Torres de Arruda, 37 anos, João Nilson Cavanha Vilalba, 40 anos, Felipe Fernandes Alves, 31 anos, e os soldados Lucas da Silva Moraes, 28 anos, e Walgnei Pereira Garcia, de 34 anos.

Agora os militares passam a ser réus por concussão, crime exclusivo de funcionário público que exige vantagem indevida, e ainda por sequestro.

Conforme apurado na investigação da Corregedoria da Polícia Militar, feita com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Atuação e Repressão ao Crime Organizado), uma guarnição composta por Vilalba, Moraes, Fernandes e Walgnei, abordou o caminhão com cigarros, próximo à saída para São Paulo, e determinou que Rogério Fernandes Mesquita encostasse o veículo.O motorista estacionou, momento em que foi questionado pelos militares acerca da carga, tendo admitido que se tratava de cigarros contrabandeados.

Na sequência, os denunciados apossaram-se de R$ 5 mil, pertencente a Rogério, e o sequestraram, colocando-o no interior da viatura. Eles, então, deslocaram-se por alguns minutos, até se encontrarem com o sargento Aguir, que exigiu que Rogério lhe entregasse as chaves e documento do caminhão, sob ameaça de dar um tiro na vítima.

Após a entrega dos objetos, Aguir conduziu Rogério até onde estava estacionado seu caminhão, entregou as chaves e exigiu que ele conduzisse o veículo até a Avenida Gunter Hans. Após estacionar o caminhão no local indicado, Rogério recebeu ordem para ingressar novamente no veículo de Aguir e a guarnição de serviço retomou suas atividades, a fim de não levantar suspeitas.

Em dado momento, Aguir exigiu o valor deR$ 150 mil para liberação da carga, motorista e veículo. O dono da carga conseguiu levantar o montante de R$ 30 mil e combinou de efetuar o pagamento em um posto de combustível. A vítima denunciou os fatos ao Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), sendo a denúncia repassada à Corregedoria da PM ,que assumiu a investigação.

Dois policiais foram presos em flagrante pelo crime de corrupção passiva. O restanto acabou detido no decorrer das investigações. Motorista do caminhão também foi preso e o veículo, com o contrabando de cigarros apreendidos, foram encaminhados para à Polícia Federal.

O processo em que os policiais viram réus corre na esfera judicial militar. A partir de agora, vão ser ouvidas as testemunhas, primeiro de acusação, depois de defesa. Por fim, é feito o interrogatório e depois o caso vai para sentença. Os sete policiais estão no Presídio Militar em Campo Grande.

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