Hoje (27), foi defragrada a 6ª etapa, denominada Computadores de Lama, que visa investigar remessas clandestinas de valores para o exterior, feitas por proprietários de empresas de informática investigadas nas fases anteriores.
27/11/2018 08h48
Por: Redação
A Lama Asfáltica começou em 2015, para apurar fraudes em obras públicas. Somando todas as fases, a força-tarefa identificou prejuízos que passam dos R$ 432 milhões. Para o cálculo, são consideradas as fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e propinas pagas a integrantes da organização criminosa investigada.
Hoje (27), foi deflagrada a 6ª etapa da Operação Lama Asfáltica, batizada de “Computadores de Lama”. Participam mais de 100 agentes federais, 17 servidores da CGU e 33 da Receita Federal, conforme nota no final da reportagem.
De acordo com nota da PF, essa etapa da operação investiga remessas clandestinas de valores para o exterior, feitas por proprietários de empresas de informática investigadas nas etapas anteriores.
As investigações também têm como objetivo apurar desvios de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas em contratações de serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos para o repasse de recursos ilícitos e utilização de “laranjas” para ocultar patrimônio.
Etapas anteriores da Lama Asfáltica
1ª etapa
Foi deflagrada em 9 de julho de 2015 e apurava fraude em obras públicas – em uma delas, a grama que deveria ser plantada ao longo de três rodovias era substituída por capim. Todos os investigados negaram as acusações.
2ª etapa
A operação Fazendas de Lama ocorreu em 10 de maio de 2016. Foi a primeira vez que a PF esteve na casa do ex-governador André Puccinelli. Investigação indicou que o dinheiro obtido com corrupção foi usado para a compra de fazendas, daí o nome da ação.
3ª etapa
Em julho de 2016, foi realizada a ação chamada de Aviões de Lama. Os alvos foram acusados de revender bens de alto valor e dividir o dinheiro com diversas pessoas, com o objetivo de ocultar a origem.
4ª etapa
A Máquinas de Lama foi deflagrada em maio de 2017. Conforme a PF, os alvos direcionavam licitações públicas, superfaturavam obras, faziam aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrompiam agentes públicos.
5ª etapa
Batizada de Papiros de Lama, ocorreu em 14 de novembro de 2017 e teve o objetivo de desarticular grupo suspeito de desviar R$ 235 milhões em recursos públicos, por meio, entre outros, do direcionamento de licitações públicas e superfaturamento de obras públicas. A PF apontou o ex-governador André Puccinelli, que está preso desde junho deste ano, como chefe da organização criminosa. Ele responde por crimes como lavagem e desvio de recursos públicos.
Nota da Polícia Federal
“A Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e a Receita Federal deflagraram hoje (27/11) a sexta fase da Operação Lama Asfáltica – Computadores de Lama. As investigações foram baseadas, em especial, nas remessas clandestinas de valores para o exterior realizadas por proprietários de empresas de informática investigadas nas fases anteriores da Operação Lama Asfáltica.
Os prejuízos causados ao erário, somando-se todas as seis fases da Operação Lama Asfáltica, consideradas as fraudes, valores concedidos irregularmente como benefícios fiscais e as propinas pagas a integrantes da organização criminosa passam dos R$ 432 milhões.
Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 25 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande/MS, Jaraguari/MS, Dourados/MS e Paranhos/MS, com a participação de mais de 100 Policiais Federais, 17 servidores da CGU e 33 servidores da Receita Federal.
A deflagração desta 6ª fase da Operação decorreu da análise de materiais apreendidos nas fases anteriores e foram confrontados com fiscalizações, exames periciais e outras diligências. As investigações também têm como objetivo apurar desvios de recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas em contratações de serviços de informática, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, simulação de contratos para o repasse de recursos ilícitos e utilização de “laranjas” para ocultação patrimonial.
Coletiva De Imprensa – Será realizada uma entrevista coletiva para jornalistas, às 10h, no auditório da Superintendência Regional da Polícia Federal em Campo Grande/MS, com os integrantes da Força-Tarefa que compõem a investigação.”
