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segunda-feira, 12 de maio, 2025
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Defensoria Pública faz pente-fino em comunidades terapêuticas de MS

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul iniciou um procedimento de fiscalização rigoroso em entidades que acolhem pessoas com dependência química ou transtornos mentais. A medida foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial do Estado e prevê um prazo inicial de 45 dias para a conclusão do levantamento, que poderá ser prorrogado conforme a necessidade.

O objetivo é avaliar as condições estruturais e legais dos espaços de acolhimento, apurar possíveis violações de direitos humanos e analisar falhas na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O trabalho, segundo a Defensoria, será conduzido por diversos núcleos especializados e contará com ações integradas em todo o Estado.

A força-tarefa foi motivada por casos anteriores de extrema gravidade. Em março deste ano, por exemplo, um responsável por um “manicômio clandestino” teve mais uma clínica interditada, somando três interdições — uma em Dourados e duas em Fátima do Sul. Nessas ações, foram encontrados pacientes em condições desumanas, sem acesso a médicos, enfermeiros ou estrutura básica.

Além da inspeção dos espaços, o levantamento também incluirá a análise dos chamados “vazios existenciais” da rede pública de saúde mental, com o intuito de propor medidas de combate a práticas abusivas e fortalecer a atuação do Estado na proteção à saúde mental.

Núcleos envolvidos

A operação está sendo conduzida por três núcleos da Defensoria:

  • Núcleo de Atenção à Saúde (NAS), coordenado pela defensora pública Eni Maria Sezerino Diniz;
  • Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh);
  • Núcleo de Ações Institucionais e Estratégicas (NAE) — ambos coordenados pela defensora pública Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante.

Em ações anteriores, a Defensoria já havia identificado situações alarmantes em Campo Grande e no interior, como pacientes mantidos em cárcere privado, falta de profissionais habilitados e descumprimento de normas sanitárias.

A expectativa é que, a partir da conclusão desse “pente-fino”, novas ações corretivas e preventivas sejam adotadas para garantir atendimento digno e humanizado às pessoas em situação de vulnerabilidade psiquiátrica e de dependência química em Mato Grosso do Sul.

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