Em meio aos novos desdobramentos do escândalo de fraudes no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, comparece nesta quinta-feira (15) ao Senado Federal para dar explicações sobre os desvios milionários que atingiram aposentados e pensionistas. A audiência está marcada para as 10h, na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor.
A expectativa dos parlamentares é que o ministro detalhe as estratégias do governo para reembolsar os beneficiários lesados por descontos indevidos. De acordo com investigações da Polícia Federal, cerca de R$ 6,3 bilhões foram desviados entre os anos de 2019 e 2024, por meio de cobranças não autorizadas realizadas por associações e entidades conveniadas ao sistema previdenciário.
“Espero que o ministro Wolney venha aqui à comissão dizer como nós vamos ressarcir, da maneira mais rápida possível, essa roubalhada que aconteceu na conta dos aposentados e pensionistas do país”, afirmou o presidente do colegiado, senador Dr. Hiran (PP-RR).
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que a presença de Queiroz no Senado demonstra o empenho do Executivo em lidar com o problema. “A investigação está em curso, está sendo feita. A Polícia Federal está atuando, todas as pessoas citadas foram afastadas. O ministro da Previdência vai comparecer para conversar com os parlamentares. Tudo que tem que ser feito, está sendo feito”, declarou.
Na última quarta-feira (14), o INSS começou a receber pedidos de ressarcimento dos descontos indevidos. No primeiro dia de atendimento, 473.940 aposentados e pensionistas relataram não reconhecer os valores cobrados e solicitaram o reembolso — o número representa 98,6% dos 480.660 que procuraram o órgão. Apenas 6.720 (1,4%) confirmaram as cobranças e não requisitaram devolução.
A previsão do governo é iniciar o pagamento aos prejudicados a partir de 26 de maio, com a restituição de pelo menos R$ 292 milhões, referentes às mensalidades descontadas em abril. A forma de compensação dos valores relativos a meses anteriores ainda está em estudo e deve ser anunciada até o fim deste mês.
