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quarta-feira, 18 de junho, 2025
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Mesmo apontado pela PF, Bolsonaro não é indiciado no caso da Abin Paralela

A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um suposto esquema de espionagem ilegal operado por uma estrutura conhecida como “Abin Paralela”, que teria funcionado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com fontes da corporação, o ex-presidente teve envolvimento direto no caso e é apontado como integrante de uma organização criminosa.

Apesar das conclusões, Bolsonaro não foi indiciado no inquérito. A justificativa, segundo a PF, é que ele já responde por esse mesmo crime na ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado, em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

O relatório da investigação foi encaminhado ao STF, que deve pedir a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes de decidir sobre os próximos passos. Há possibilidade de a PGR recomendar que Bolsonaro seja denunciado novamente por organização criminosa, mesmo sendo alvo de outro processo com a mesma acusação.

Outros envolvidos

O documento da PF cita outras 36 pessoas que teriam participado do suposto esquema de espionagem, criado para monitorar inimigos políticos do ex-presidente. Assim como Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin; o policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues também não foram indiciados. Os três, no entanto, já são réus no STF por envolvimento no plano de golpe de Estado e também respondem por organização criminosa.

Entre os nomes mencionados no relatório está o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, e Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral da Abin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alvos da espionagem

Segundo a investigação da PF, o esquema teria espionado servidores da Receita Federal envolvidos em investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relacionadas a um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Além disso, o relatório aponta que ministros do STF, como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso, também estiveram entre os alvos da “Abin Paralela”. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e jornalistas de diferentes veículos de comunicação também teriam sido monitorados.

Próximos passos

Com a conclusão da investigação, caberá agora à PGR analisar o relatório da Polícia Federal e decidir se oferecerá nova denúncia contra Bolsonaro e os demais citados no inquérito. O caso reforça a lista de investigações em curso envolvendo o ex-presidente, seus aliados políticos e integrantes de sua gestão.

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