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terça-feira, 24 de junho, 2025
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Venda de canetas emagrecedoras terá retenção de receita médica a partir de hoje

A partir desta segunda-feira (23), farmácias e drogarias de todo o país estão obrigadas a reter a receita médica no momento da venda das chamadas “canetas emagrecedoras”, como Ozempic, Saxenda e Wegovy. A nova exigência da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem como objetivo ampliar o controle sobre o uso desses medicamentos, que têm sido consumidos de forma indiscriminada por pessoas sem diagnóstico de obesidade ou diabetes.

A decisão, publicada no Diário Oficial da União em abril, passa a valer oficialmente agora e foi aprovada por unanimidade pela agência. Além da retenção da receita, os medicamentos à base de semaglutida (como Ozempic e Wegovy) e liraglutida (Saxenda) passam a ser comercializados sob controle especial, com tarja vermelha ou preta, seguindo os mesmos critérios de antibióticos e outros remédios de venda restrita.

Apesar de já serem classificados como medicamentos de tarja vermelha, na prática, a compra sem prescrição era comum. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha realizada em fevereiro deste ano com 812 entrevistados, 45% dos usuários de remédios como Ozempic já adquiriram o produto sem receita médica. Entre eles, 73% admitiram que não tiveram acompanhamento profissional.

O estudo também revelou que 56% das pessoas utilizam o medicamento exclusivamente para perda de peso, e, desse grupo, 37% têm Índice de Massa Corporal (IMC) dentro da faixa considerada normal, ou seja, não possuem indicação clínica para uso dos remédios.

O uso popular das canetas injetáveis foi impulsionado por celebridades, influenciadores e vídeos nas redes sociais que prometem emagrecimento rápido. Especialistas alertam que o consumo sem acompanhamento pode trazer riscos graves, como náuseas, vômitos, dor abdominal e, em casos mais sérios, pancreatite.

A Anvisa reforça que o uso desses medicamentos deve seguir orientação médica e fazer parte de um plano de tratamento individualizado. A medida busca proteger a saúde coletiva e combater o chamado “consumo irracional” de medicamentos para emagrecimento.

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