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segunda-feira, 18 de agosto, 2025
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Moraes solicita a Zanin definição de data para julgar Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou ao presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, que seja definida a data do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na ação que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão de Moraes leva em conta que a instrução processual foi concluída, com todas as diligências e apresentação de alegações finais pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelos réus.

Bolsonaro integra o chamado núcleo 1 de acusados apontado pela PGR como articulador do plano. Na última quarta-feira (13), o ex-presidente e outros seis réus apresentaram suas alegações finais ao STF, pedindo absolvição sob a argumentação de que não há provas concretas que sustentem as acusações.

A defesa de Bolsonaro apontou nulidades processuais, cerceamento de defesa e contestou a validade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, alegando que ele teria sido pressionado e fornecido informações falsas. Em caso de condenação, os advogados pedem que os atos sejam tratados como um único crime ou que se reconheça a desistência voluntária de Bolsonaro em prosseguir com o suposto plano.

Defesas de outros réus

  • Braga Netto: defesa alega investigação ilegal, ausência de provas de participação em golpe e questiona competência do STF, pedindo absolvição ou pena mínima.
  • Anderson Torres: defesa contesta autoria de documentos e acusações, negando associação criminosa ou participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.
  • Paulo Sérgio Nogueira: defesa afirma que o ex-ministro sempre foi contra golpe, orientou Bolsonaro a aceitar o resultado eleitoral e que não participou de grupo golpista.
  • Augusto Heleno: defesa nega participação em reuniões golpistas e afirma que alertas prévios da Abin indicavam possíveis atos de vandalismo, sem ligação com plano de estado de exceção.
  • Alexandre Ramagem: defesa contesta provas e pede absolvição, argumentando atuação dentro da legalidade e ausência de monitoramentos ilegais.
  • Almir Garnier: defesa nega que tenha colocado tropas à disposição de golpe e destaca contradições nos depoimentos de outros ex-comandantes.

PGR e delator Mauro Cid

A PGR, em parecer apresentado em julho, pediu condenação dos oito acusados, apontando Bolsonaro como principal articulador do golpe, com ações que incluiriam uso das Forças Armadas, espionagem, manipulação de dados e planejamento de sequestros de autoridades. A defesa de Mauro Cid, por sua vez, pediu absolvição, alegando que atuava apenas sob ordens superiores e sem intenção de atentar contra o Estado de Direito.

Com a fase de alegações finais concluída, o processo agora está pronto para ser julgado pelo STF, e a definição da data será o próximo passo na tramitação do caso que marcou a política brasileira desde as eleições de 2022.

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