Os equipamentos tiveram eficiência contestada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em nota técnica.
18/05/2020 18h25
Por: Redação
A prefeitura de Campo Grande suspendeu o uso de túneis de desinfecção contra o novo coronavírus, instalados nos terminais de transporte coletivo Guaicurus, Bandeirantes, Júlio de Castilhos e General Osório, após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) contentar a eficiência, em nota técnica.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por meio de nota técnica divulgada no último dia 13, afirma não existir no mercado nenhum produto aprovado para a desinfecção de pessoas. Além disso, o dióxido de cloro (CLO2) e Ozônio, princípios ativos dos desinfetantes, não seriam indicados para aplicação direta em pessoas, apenas em objetos.
De acordo com a autoridade sanitária, “a duração de 20 a 30 segundos para o procedimento não seria suficiente para garantir o processo de desinfecção”. Além disso, a nota técnica, reforça que a adoção desse mecanismo “não inativaria o vírus dentro do corpo humano, além de poder causar danos à saúde de quem se submetesse à desinfecção com saneantes aplicados diretamente na pele e nas roupas”.
Quanto ao gás ozônio utilizado no equipamento instalado nos terminais, até mesmo uma exposição leve ou moderada produz problemas nas vias respiratórias e irritação nos olhos. “Dependendo do tipo de exposição, pode causar desconforto respiratório e outros danos, podendo levar a óbito”, complementa a nota da Anvisa.
Para além da Anvisa, os conselhos Federal e Regional de Química e a Associação Brasileira de Produtos de Limpeza e Higiene afirmam que estes equipamentos foram pensados para a desinfecção de profissionais de saúde que utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completamente vedados, sem a exposição da pele para que não haja contato direto com o produto.
Por outro lado, a empresa B3Bauru de Bauru (SP), dona dos equipamentos, afirma que o ozônio é 100% seguro e não traz nenhum risco para a saúde, não tem efeitos colaterais e é eficiente na neutralização do vírus, além de ser um produto sanitizante e terapêutico, sua molécula reativa de oxigênio, é conhecida como um dos microbicidas de ação mais rápida contra bactérias e vírus.
A prefeitura vai desistalar os equipamentos e transferir para hospitais da cidade, onde servidores da saúde usam roupas adequadas para proteger a pele e com isso ter uma desenfecção com uso do produto, com segurança. Será feito um estudo da eficácia deste método. O resultado deve ser divulgado ainda nesta semana.




















