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sexta-feira, 3 de maio, 2024
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BC deve baixar taxa básica de juros para 10,75% ao ano nesta quarta

Decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central sobre a taxa de juros será anunciada após as 17h

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central define nesta quarta-feira (20) a nova taxa básica de juros. A expectativa é de um novo corte – o sexto seguido – de 0,5 ponto percentual na Selic, atualmente em 11,25% ao ano. A rodada de discussões teve início nesta terça-feira (19). A decisão será anunciada após as 17h.

O corte de 0,5 ponto percentual é esperado pela maior parte dos economistas dos bancos. Se confirmada, essa será a sexta redução seguida na taxa Selic — que cairá ao menor patamar desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano. Será, portanto, o menor nível em pouco mais de dois anos.

A expectativa do mercado financeiro é de que a taxa de juros continue recuando ao longo de 2024 e que termine este ano em 9% ao ano. Entretanto, há dúvidas sobre o ritmo de corte da taxa Selic e sobre as indicações do Banco Central sobre as reduções dos juros básicos .

Em dezembro, diretores do órgão projetaram reduções da taxa para os encontros seguintes. “Os membros do comitê concordaram, unanimemente, com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, constou na ata.

A avaliação levou em conta que a taxa Selic é o principal instrumento da política monetária para determinar a inflação em uma economia. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.

A inflação no Brasil encerrou 2023 em 4,62%, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em fevereiro, o indicador voltou a acelerar e ficou em 0,83%, uma alta de 0,41 ponto percentual em relação a janeiro, quando variou 0,42%.

Esse é o maior patamar para a inflação desde fevereiro do ano passado, quando registrou 0,84%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 4,50% — o teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Diante da sequência de queda dos juros, o Copom notou que houve “progresso desinflacionário relevante”, mas observa que vê com cautela o processo de devolver a inflação para o centro da meta de 3%. A ata destaca a necessidade de manter uma política monetária ainda contracionista para atingir o objetivo.

“Ainda há um caminho longo a percorrer para a ancoragem das expectativas e o retorno da inflação à meta, o que exige serenidade e moderação na condução da política monetária. […] Além disso, a incerteza, em particular no cenário internacional, que tem se mostrado volátil, prescreve cautela”, prevê o documento.

Histórico recente

De março de 2021 a agosto de 2022, o Banco Central elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de “aperto monetário” em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

*com informações R7

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