Em tempos de Coronavírus, aumenta a necessidade de cuidados com as notícias falsas compartilhadas nas redes sociais.
01/04/2020 07h40
Por: Redação
Celebrado anualmente em 1º de abril, o Dia da Mentira remete a brincadeiras e pegadinhas, porém há de ter cuidados com as noticías falsas (fake news), em tempos de pandemia de coronavírus (Covid-19). A popularização das redes sociais e a disseminação de boatos e falsas notícias têm um impacto real e imediato na sociedade, como a destruição de reputações, prejuízos financeiros, comprometimento da saúde pública e até mesmo a morte.
Neste 1º de abril, o que se espera é que ainda mais boatos sobre a pandemia do novo coronavírus inundem as redes sociais. Mas nem tudo o que circula é mentira. Mesmo com toda essa desinformação na web é preciso confirmar a fonte, antes de replicar, através de compartilhamento.
A brincadeira, hoje um caso sério com advento das redes sociais, surgiu na França, no reinado de Carlos 9º (1560-1574). Desde o começo do século 16, o ano-novo era comemorado em 25 de março, com a chegada da primavera. As festas, que incluíam troca de presentes e animados bailes noite adentro, duravam uma semana, terminando em 1º de abril.
Em 1562, porém, o papa Gregório 13 (1502-1585) instituiu um novo calendário para todo o mundo cristão – o chamado calendário gregoriano – em que o ano-novo caía em 1º de janeiro. O rei francês só seguiu o decreto papal dois anos depois, em 1564, e, mesmo assim, os franceses que resistiram à mudança, ou a ignoraram ou a esqueceram, mantiveram a comemoração na antiga data.
Alguns gozadores começaram a ridicularizar esse apego enviando aos conservadores adeptos do calendário anterior – apelidados de “bobos de abril” – presentes estranhos e convites para festas inexistentes. Com o tempo, a galhofa firmou-se em todo o país, de onde, cerca de 200 anos depois, migrou para a Inglaterra e daí para o mundo.
Entre os brasileiros, o Dia da Mentira começou a se popularizar em Minas Gerais, através do periódico “A Mentira”, que tratava de assuntos efêmeros e sensacionalistas do começo do século XIX.
Este periódico teria lançado em 1º de abril de 1848 uma matéria que noticiava a morte do então imperador Dom Pedro II. Dois dias depois o jornal teve que desmentir a publicação, visto que muita gente realmente acreditou na notícia.
Nos dias atuais os destaques são as “fake news” que circulam por grupos de WhatsApp e em redes sociais como Facebook e Twitter. Noticias falsas podem causar constrangimento, tensão e, até mesmo, risco para saúde, em tempos de pandemia de Covid-19, em que há diversas recomendações sendo aplicadas pelo poder público e organizações de saúde.
Neste dia da mentira, a exemplo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está lançando uma campanha na internet para combater as notícias falsas (fake news), com a hashtag #FakeNewsPerigoReal, depois de o Poder Judiciário ser alvo, nos últimos meses, por uma série de críticas incluindo informações falsas disseminadas pelas redes sociais. A campanha chama atenção também para notícias verdadeiras, mas antigas, sendo compartilhadas fora de contexto, incentivando os cidadãos a, na dúvida, não repassar a informação.
Em relação ao combater as fake news sobre coronavírus, o Ministério da Saúde, disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens da população, porém o canal não será um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.
Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61)99289-4640.
