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sábado, 4 de maio, 2024
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Em vídeo, Marquinhos Trad se defende das denúncias de crimes sexuais e pede perdão à esposa e filhas

Após a turbulência midiática dos últimos dias, Marquinhos Trad (PSD) divulgou um vídeo no qual comenta sobre as denúncias pelas quais passou a ser investigado. Na oportunidade, o pré-candidato a governador de Mato Grosso do Sul também assume, publicamente, ter buscado por relacionamentos extraconjugais e pede perdão à sua esposa e ás quatro filhas. Além disso, o político também reforça que jamais cometeu crime algum e diz que já entregou documentos que comprovam o que classificou como ‘denúncias caloniosas’ em seu desfavor.

Ainda no vídeo, que tem pouco menos de 5 minutos de duração, Marquinhos Trad alega que só falou sobre o assunto agora por um dever político. “Fiquei calado até agora, mas indignado com a baixaria…mas ao mesmo tempo sinto que deve esclarecimentos…Eu vou até as ultimas consequências”.

No sábado (30), o PSD realiza a sua convenção partidária que irá confirmar o nome do ex-prefeito de Campo Grande como candidato oficial ao Governo de Mato Grosso do Sul. Para completar a chapa, foi escolhida como candidata a vice-governadora Viviane Orro (PSD), que é a esposa do deputado Felipe Orro (PSD).

Veja o vídeo divulgado por Marquinhos Trad na íntegra:

O caso

Marquinhos Trad é alvo de um inquérito da Polícia Civil sobre a suspeita de praticar crimes contra a dignidade sexual. A investigação foi instaurada no dia 05 de julho e, até então, oito mulheres procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para denunciar o político.

De acordo com as informações, que foram comprovadas até mesmo pelo secretário Estadual de Segurança Pública, Carlos Videira, Marquinhos Trad é investigado pelos crimes de estupro, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, assédio sexual, importunação sexual, perseguição, posse sexual mediante fraude e vias de fato. Até o momento, ele não foi intimado para depor sobre os fatos delatados.

Na terça-feira (26), a delegada Maíra Pacheco, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que comanda as investigações, disse que vai investigar se as mulheres teriam sido pagas para registrar as denúncias contra o ex-prefeito. Se provado que as mulheres receberam dinheiro, elas podem responder por falso testemunho.

A delegada ressaltou que todas, as primeiras e outras ou posteriores denuncias também serão apuradas, mesmo se comprovadas que as primeiras tenham sido pagas. “Não apaga as que vieram depois. Se as apontada pagas mulheres forem comprovadas, elas que responderam pelo ato, Mas, não diminui outras denúncias de outras vítimas que procuraram a delegacia com situação igual, semelhante ou mais grave”, disse Maíra Pacheco.

Maíra explicou que outras pessoas estão sendo investigadas, mas não revelou por quais crimes e nem a quantidade de suspeitos. O inquérito deve ser concluído em 30 dias. A delegada ainda enfatizou que não necessariamente as mulheres que queiram fazer denúncias precisem ir à delegacia. Elas podem entrar em contato pelo canal direto da Deam (67) 99324-4898.

“O que temos a dizer é que são laudos que correm em segredo de justiça e foi instaurado o inquérito policial. Estamos investigando crimes contra a dignidade sexual, e temos alguns crimes como assédio, abuso na forma tentada, favorecimento da prostituição. Inicialmente tivemos a denúncia de quatro vítimas e posteriormente, quando essas notícias foram veiculadas na semana passada, outras vítimas nos procuraram e tem nos procurado”, revelou a delegada.

Marquinhos Trad se manifestou refutando acusações e denunciando ameaças contra si, bem como lega que tudo faria parte de uma ‘armação política daqueles que não querem largar o poder’ para prejudicar a candidatura dele a menos de 3 meses das eleições.

No entanto, confrontado com detalhes dos relatos de uma das mulheres, que relatou um caso extraconjugal e diz ter feito sexo consensual com o então prefeito, Marquinhos Trad ratificou que admitiu a outro órgão de imprensa, que sim, que cometeu adultério enquanto era Prefeito, mas não estava na Prefeitura. “Eu errei, mas não cometi crime algum ante ao cargo e as Leis. Devo a Deus, à minha esposa e às minhas filhas. Eu reuni toda minha família e confessei”, disse o pré-candidato a governador de MS. Segundo ele, após confessar a traição, foi perdoado pela esposa e pelas filhas.

Oficialmente, além da mulher com quem Trad confessou ter tido um relacionamento fora do casamento, mais três procuraram a polícia e figuram como vítimas. A primeira mulher a procurar a delegacia relatou que se envolveu emocionalmente com o ex-prefeito e que ele dizia a ela que a amava e queria ficar com ela. Ainda teria dito que queria ter um filho com a vítima.

Tudo teria começado em 2020, quando ela conheceu outra mulher que lhe ofereceu uma oportunidade de trabalho. A vítima, que terá a identidade preservada, contou que ganharia um cargo comissionado em um orgão público municipal. Mas, para isso, tinha que conversar pessoalmente com Marquinhos Trad, então prefeito de Campo Grande.

Ainda segundo os relatos, ela pegou o contato do prefeito e marcou às 8 horas, no gabinete, no dia 12 de maio de 2020. Era o começo da pandemia mundial de covid-19 e, neste dia, 17 pessoas já haviam morrido da doença em Mato Grosso do Sul.

No Paço Municipal, no entanto, segundo a versão da mulher, o clima era de romance e o prefeito teria até feito truques de mágica para agradar a convidada. De acordo com ela, a conversa teria sido pessoal e quase não teriam falado de trabalho. Depois, o prefeito teria tentado beijar a vítima, que recusou.

De acordo com o depoimento, ela teria saído pelo plenarinho e passou a receber mensagens de Marquinhos Trad, dizendo que tinha saudades e queria vê-la novamente. Foi então que a vítima passou a frequentar o gabinete. “Uma vez por semana na expectativa de ser contratada, mas só tratava de assuntos de cunho sexual”. Ela então confirmou que se envolveu emocionalmente e garante que teria passado a manter relações sexuais com o prefeito, sempre com consentimento, no banheiro do gabinete da Prefeitura.

*Colaborou Lúcio Borges

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