21.8 C
Campo Grande
quinta-feira, 28 de março, 2024
spot_img

Estudo para monitorar águas detectou 32 tipos de agrotóxicos ou produtos de degradação no Rio Dourados

Trabalho teve como objetivo monitorar resíduos de 46 tipos de agrotóxicos e seus produtos de degradação em amostras de água do Rio Dourados

O estudo realizado pelo Laboratório de Análises Ambientais da EMBRAPA Agropecuária Oeste, que visa monitorar a qualidade da água das bacias hidrográficas em vários rios do Estado e da água potável de alguns municípios, detectou um total de 32 diferentes agrotóxicos ou produtos de degradação no Rio Dourados, durante o período de 10 de dezembro de 2019 a 11 de dezembro de 2020.

Este trabalho teve como objetivo monitorar resíduos de 46 tipos de agrotóxicos e seus produtos de degradação em amostras de água do Rio Dourados. Os resultados obtidos servem como um diagnóstico do nível de exposição do Rio Dourados aos agrotóxicos utilizados nos principais sistemas de produção da região, fornecendo dados técnico-científicos para aprimoramento de políticas públicas (por exemplo, inclusão de agrotóxicos não previstos na legislação brasileira que regula valores máximos permitidos desses compostos em águas superficiais) e para o processo de avaliação do risco ambiental de agrotóxicos pelas autoridades regulatórias.

Dos 32 compostos detectados no Rio Dourados, a classificação com base no seu tipo foi a seguinte: 15 são herbicidas, oito são inseticidas, três são fungicidas e seis são produtos de degradação.

As concentrações dos agrotóxicos e dos produtos de degradação detectados nas amostras de água do Rio Dourados que são previstos na legislação (atrazina, alacloro e simazina) não ultrapassaram os valores máximos permitidos (VMP) pela legislação brasileira e, portanto, estão em conformidade com a norma vigente. No entanto, para grande parte dos agrotóxicos detectados nesse estudo, os VMP não são estabelecidos e contemplados pela legislação brasileira no que concerne à qualidade das águas superficiais. De acordo com os especialistas da pesquisa, é urgente a necessidade de inclusão dos VMP desses agrotóxicos na legislação brasileira.

Para ter acesso ao estudo clique aqui.

Laboratório de Análises Ambientais

O estudo foi realizado pelo Laboratório de Análises Ambientais da EMBRAPA Agropecuária Oeste, inaugurado graças à parceria estabelecida entre várias Instituições. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da 11ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, é um desses parceiros responsáveis pela construção do laboratório que está monitorando a qualidade da água das bacias hidrográficas em vários rios do Estado, além da água potável de alguns municípios.

A realização desta pesquisa contou com o apoio financeiro do MPMS, que custeou a construção das cinco primeiras fases da Primeira Etapa do laboratório, ampliando a capacidade de execução de análises. Em contrapartida, a Embrapa executará o projeto de Monitoramento dos Resíduos de Agrotóxicos em Águas Superficiais do nosso Estado.

O laboratório é resultado de um investimento total de mais de R$ 3 milhões, utilizados para a obra de construção física do prédio, aquisição de novos e modernos equipamentos, além de custeio para pagamento dos padrões analíticos. As tratativas do acordo se iniciaram no segundo semestre do ano de 2014, com o Promotor de Justiça Ricardo Rotunno. Após, a partir de fevereiro do ano de 2016, foram conduzidas pelo Promotor de Justiça Amílcar Araújo Carneiro Júnior até o seu final. A parceria viabilizou recursos provenientes da EMBRAPA, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Prefeitura Municipal de Dourados, por meio do Instituto do Meio Ambiente de Dourados (IMAM).

Fale com a Redação