A colheita da 2ª safra de milho de 2023/2024 termina oficialmente em setembro e os dados do Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS, já demonstram que esta é a terceira pior safra dos últimos 10 anos em Mato Grosso do Sul. O levantamento técnico completo foi apresentado pela Famasul e pela Aprosoja/MS ao governador do estado, Eduardo Riedel, na última sexta-feira (6).
Os números da safra, fatores climáticos e custo de produção foram pautas da reunião que contou com a presença do presidente da Famasul, Marcelo Bertoni e o vice da Aprosoja/MS, e presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Andre Dobashi.
O clima adverso impactou em 819 mil hectares no estado. Os períodos de seca ocorreram inicialmente entre março e abril, com duração de 10 a 30 dias de estresse hídrico. Mais recentemente, entre abril e julho, o estado enfrentou um total de 90 dias sem chuva. A região norte do estado está há mais de 100 dias sem precipitação considerável.
As áreas mais atingidas pela estiagem foram no período reprodutivo da planta, desde o florescimento até o enchimento de grão. A seca causada nesses períodos é irreversível, afetando diretamente a reserva nutricional do grão, resultando em espigas pequenas, com ausência de grãos e/ou até plantas sem espigas, sendo visivelmente perceptível, conforme imagens apresentadas ao governador.
O relatório do SIGA-MS apresenta uma queda de quase 35% na produção em comparação à safra passada, com 9,2 milhões de toneladas. A produtividade fechou em 69,77 sacas/ha, queda de 30% no comparativo com o ciclo anterior.
A Famasul e a Aprosoja também demonstraram preocupação com as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais para a realização do plantio da nova safra de soja, que deve começar ainda em setembro. Os produtores rurais aguardam janelas adequadas para início dos trabalhos.
Também participaram da reunião: o diretor-secretário da Famasul, Fabio Caminha; e o superintendente do Senar/MS, Lucas Galvan.