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quinta-feira, 25 de abril, 2024
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Golpe do falso financiamento já prejudicou mais de 200 pessoas na Capital

Pelo menos 200 pessoas já foram vítimas de empresas que vendem consórcios como se fossem financiamentos em Campo Grande. Um desses estabelecimentos foi interditado nessa sexta-feira (19) pelo Decon (Delegacia do Consumidor), em mais uma ação contra esse tipo de atuação que configura crime contra o consumidor.

Esse tipo de ação vem sendo combatido já há algum tempo pela polícia, que atual junto de órgãos de fiscalização, como o Procon e o Conselho Regional dos Corretores de Imóvel (CRECI-MS).

Os golpes tem sempre a mesma ação, onde a vítima é induzida a adquirir um consórcio como se fosse financiamento e chega até mesmo a efetuar os primeiros pagamentos do referido financiamento, mesmo sem ter recebido o imóvel ou veículo que comprou. Em alguns casos, as empresas acabam mudando de nome ou de endereço para fugir das vítimas.

No mês de maio, a Decon ouviu os donos de duas empresas, ambas localizadas na Rua Abrão Julio Rahe, no bairro Monte Castelo, por suspeita de crime de estelionato.

A polícia chegou até essas firmas após clientes caírem no golpe diante de anúncios nas redes sociais onde era oferecido veículos e imóveis. Na negociação, as vítimas pagavam um valor de entrada e assinavam o contrato, porém, ao invés de se tratar do financiamente, era na verdade um consórcio, sem previsão para a entrega do bem adquirido.

Após a assinatura do contrato e o pagamento da entrada, os vendedores eram obrigados a ficar enrrolando as vítimas para que não descobrissem o golpe. Na maioria dos argumentos usados, os responsáveis pela venda alegavam que estavam em contato com a matriz para agilizar o valor, que nunca era liberado.

Além disso, segundo a investigação, sempre que o cliente descobria o golpe e pedia o cancelamento do contrato, as empresas devolviam apenas a metade do que foi pago, assim mesmo somente após alguns meses. O consórcio não era autorizado pelo Banco Central do Brasil. Ficou constatado ainda que os vendedores usavam nomes falsos ao conversas com as vítimas.

Ainda de acordo com a polícia, cada pessoa da empresa tem uma função, uma faz o anuncio, outra fecha a venda, outro realiza assinatura do contrato, outro o contrato com a matriz. Tudo isso para dificultar que a vitima consiga localizar um responsável, qual sempre era jogada a responsabilidade de um para outro, até que desista do valor.

Também nesse ano uma outra empresa que agia na prática deste mesmo golpe foi interditada pelo Decon. Da mesma forma, a firma oferecia via redes sociais crédito imediato ou cota contemplada ou ainda autofinanciamento.

Na fiscalização, a polícia flagrou quando um casal estava prestes a entregar R$ 9,5 mil para os golpistas na condição para a contemplação da cota de R$ 200 mil, prometida para no máximo 30 dias. Os dois vendedores foram autuados em flagrante por tentativa de estelionato. Eles foram liberados após pagar R$ 9,6 mil em fiança.

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