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domingo, 16 de junho, 2024
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Mais um: Vice presidente da FFMS também teria desviado dinheiro usando empresa e filho, aponta documento do Gaeco

Os detalhes das investigações e Operação Cartão Vermelho, deflagrada na terça-feira (21), contra a FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), vem sendo revelados e a cada dia mostra que toda sua direção principal, estava ‘comprometida’, mas com desvios de recursos da entidade. Veja abaixo, o histórico do caso pelo O Enfoque MS, que vem noticiando o escândalo de corrupção, que à principio teria o ad eterno presidente Francisco Cezário de Oliveira, 77 anos, como o principal artífice, junto com família.

Cezário com cinco sobrinhos e um gerente da FFMS foram presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na execução da ‘Cartão Vermelho’ e posteriormente todos tiveram decretada prisão preventiva (aquela sem data de liberação). Os sete podem ter mais companhia na prisão, pois agora, o vice presidente da FFMS, Marco Antônio Tavares, o Marquinhos, também teria desviado dinheiro usando sua empresa e o filho.

No âmbito da Cartão Vermelho, operação do Gaeco, já se revelou que o caso tem desvio por Cezário, de ao menos R$ 6 milhões, conforme os mandados de prisão e de buscas e apreensões na entidade que completa neste ano 46 anos de fundação. Agora, ou com autos do processo sendo liberado, se aponta que o Marco Antônio Tavares, o Marquinhos, também se encrencará no caso junto com o filho, Marco Paulo Abdalla Tavares.

Segundo as investigações do Gaeco, os dois Marcos, pai e filho, captavam dinheiro da entidade de modo ilícito. E assim se forma a dupla Cezário e Marquinhos, que tem mandato que os credencia a chefiar a FFMS até 2027, quando então completaria 30 anos de Cezário a frente da FFMS.

Marquinhos envolvido com o filho

O envolvimento de Marco Antônio Tavares, o Marquinhos, e do filho, Marco Paulo Abdalla Tavares deve ser apontado e ambos serão também investigados, pois em citações encaixadas nas 21 páginas dos mandados de prisão e buscas e apreensões, eles aparecem em condições suspeitas e que justificaram o juiz mandar investigadores até a casa deles, quando Cezário foi preso nesta terça-feira.

Pai e filho não foram presos naquele dia pelo responsável do caso, Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, juiz da 2ª Vara Criminal de Campo Grande. Contra eles, o Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão.

“… no dia 25/10/2022, mês em que a Federação de Futebol recebeu dois termos de fomento (repasse de dinheiro], Umberto Alves Pereira [integrante do esquema e que foi preso com Cezário] foi visto saindo da sede da entidade [da FFMS] e dirigindo-se até uma agência do Banco Itaú desta Capital para realizar um saque, retornando em seguida ao local na posse de uma pasta preta”, diz trecho da denúncia do Gaeco

Em seguida, revela os investigadores:

“No local [sede da FFMS], aguardavam Aparecido Alves Pereira, Francisco Carlos Pereira, Marco Antônio Tavares (vice-presidente da FFMS), Luiz Eduardo Leão Gonçalves e Rudson Bangarim Barbosa [todos implicados na trama], supostamente para receberem parte do dinheiro sacado”.

Noutra página, mais situação que compromete Tavares:

“…. também se justifica a medida de busca e apreensão tendo como alvo Marcos Antônio Tavares (Marquinhos), pois, conforme apurado nas investigações, este utilizava-se de uma empresa de sua propriedade, denominada MTAVARES EVENTOS para o fim de ocultar o esquema de desvio de dinheiro”.

Assim que a justiça determinou quebra de sigilo bancário nas contas dos envolvidos, o Gaeco ficou sabendo que entre os anos de 2020 e 2022, Marcos Antônio recebeu diretamente da conta bancária da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul a quantia de R$ 40.795,00”.

Também segundo o Gaeco, “desde 2018, Marco Paulo Abdalla Tavares, filho de Marco Antônio Tavares, recebeu da Federação de Futebol R$ 257.820,00”.

Pai e filho, até esta publicação, não tinham sido localizados. Assim que se manifestarem este material será atualizado.

Resumo do esquema

Mais um: Vice presidente da FFMS também teria desviado dinheiro usando empresa e filho, aponta documento do Gaeco
Operação apreendeu dinheiro durante o cumprimento dos 14 mandados de busca e apreensão (Foto: Divulgação Gaeco-mS)

A suposta organização criminosa, seria chefiada por Francisco Cezário de Oliveira, que inseria declarações falsas e maquiava a prestação de conta para esconder o desvio de recursos. Interceptações telefônicas revelam como o grupo agia para justificar a saída do dinheiro.

Apenas a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) repassou R$ 14,6 milhões entre 2013 e 2022, conforme os balanços da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.

A Operação Cartão Vermelho mostrou que os integrantes da organização criminosa até procuravam outros meios de receber mais dinheiro e não escondiam que tudo era repassado para Cezário, o imperador do futebol sul-mato-grossense.

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