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quarta-feira, 4 de dezembro, 2024
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Presidente da FFMS é preso em investigação por desvio de mais de R$ 6 milhões do futebol de MS

O Enfoque MS noticiou mais cedo que Gaeco prende sete por possível desvio de R$ 6 milhões do futebol de Mato Grosso do Sul em cinco anos . Mas ainda não havia sido divulgado os nomes dos envolvidos e muito menos que o ‘eterno’ presidente da FFMS (Federação de Futebol de MS), Francisco Cezário, foi um dos presos na manhã desta terça-feira (21), durante operação Cartão Vermelho.

A prisão foi em ação comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), após investigações, por cerca de dois anos, do MPE-MS (Ministério Público de MS). Hoje, se cumpriu sete mandados de prisão preventiva, além de 14 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

Cezário, que está no comando da FFMS a quase 30 anos, foi levado primeiramente para Depac centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Ele como advogado, foi acompanhado por uma comissão da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil em MS) e, por enquanto, deve ficar detido no presídio de trânsito da Polícia Militar.

No curso das diligências desta manhã, a polícia já apreendeu mais de 800 mil reais. O nome da operação, Cartão Vermelho  faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Defesa não confirma prisão

Segundo o advogado André Borges, de defesa do presidente da Federação de Futebol, ele ainda não foi informado sobre a prisão ante a investigação do MPE-Gaeco, que aponta que há valores desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, que superaram a casa dos R$ 6 milhões.

INVESTIGAÇÃO

Segundo uma investigação do MPE-Gaeco, ao todo, a FFMS pode ter tido valores desviados, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, que superaram a casa dos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

De acordo com Gaeco, durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de MS, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros.

“Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema”, diz nota do MPE.

Os investigadores identificaram que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 (um mil e duzentos) saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais).

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

“Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul”, informa o Gaeco.

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