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sábado, 4 de maio, 2024
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Mamonas Assassinas ganha filme e turnê com a intenção de deixar legado da banda vivo

Ruy Brissac, que interpreta o Dinho, lembra da banda de quando era criança e Beto Hinoto faz o personagem do tio, guitarrista do conjunto musical

Há quase 30 anos, um acidente aéreo matou a banda Mamonas Assassinas. O conjunto musical formado por Dinho, Bento Hinoto, Júlio Rasec, Samuel Reoli e Sérgio Reoli foi um fenômeno musical dos anos 1990, cujo legado continua vivo com o filme Mamonas Assassinas – O Impossível Não Existe, com estreia prevista para dezembro deste ano, e um show que acontece em São Paulo.

O processo de resgatar a história da banda começou em 2016, com o espetáculo O Musical Mamonas. O ator Ruy Brissac interpretou Dinho no musical e segue no papel do líder dos Mamonas Assassinas no filme. Em entrevista, o artista conta que houve uma grande diferença na composição do personagem do teatro para o cinema, principalmente porque na cinebiografia ele viveu cenas de Dinho fora dos palcos, na vida cotidiana ao lado da família e amigos.

“Assisti muitos vídeos que a família e os fãs nos disponibilizaram. Coisas que não tem na internet, isso ajudou a trazer os trejeitos do Dinho, a forma como ele falava. Para compor esse personagem, não tinha como não falar com as famílias. Como no filme a gente teve que trazer um lado mais humano do Dinho, foi essencial essa conversa com os familiares. Tenho um carinho muito grande por todos eles. Vou à festinha de aniversário do Benício, o sobrinho do Dinho, gosto muito de estar em contato porque eles são pessoas incríveis, do bem e que me deram força em todo esse processo de composição”, conta ele.

Além dos vídeos e do contato com a família, Ruy também se apoiou nas lembranças que tem da banda para poder interpretar Dinho. “Na época de sucesso deles, tinha 6 anos. Assistia muito eles na TV e ficava trocando de canal para ver onde ia aparecer o Mamonas Assassinas. Não tinha como não ter se apaixonado pela banda, pelo carisma, pela alegria, saber qual figurino iria ser o próximo. Isso era incrível”, recorda.

Para contar a história dos integrantes do Mamonas Assassinas nas telonas, Bento Hinoto foi escalado para interpretar o tio, o guitarrista Bento Hinoto. O jovem de 25 anos nasceu dois anos depois do acidente aéreo e contou com a ajuda do pai e dos tios para conseguir entrar no personagem.

“O maior desafio é interpretar uma pessoa que não conheci. Ainda mais por ser da minha família, foi algo que me deixou inseguro de não saber se iria fazer certo ou não”, conta. Esse é o primeiro trabalho de Beto nos cinemas e ele conta que o apoio dos outros atores foi fundamental para que ele pudesse se soltar e dar o máximo de si nas filmagens.

Elenco de filme conta com ator de musical e sobrinho de guitarrista
Elenco de filme conta com ator de musical e sobrinho de guitarrista (Foto: Divulgação/Dennyartt)

Outros familiares dos integrantes da banda também estão envolvidos no projeto. Jorge Santana é primo de Dinho e hoje é o responsável por cuidar da marca Mamonas Assassinas, com o objetivo de perpetuar o legado deixado pelos artistas. Para isso, além do show, também será realizado um show em São paulo no dia 22 de outubro, na qual os atores vão apresentar o repertório do grupo musical.

Jorge conta que ele e a equipe responsável pelo show decidiram manter um repertório igual a banda apresentava nos anos 1990, por mais que algumas letras possam ser consideradas problemáticas atualmente. “O Mamonas desperta o que tem de melhor na pessoa. Acho que a música é muito contagiante e qualquer tipo de alteração iria fugir da essência dos Mamonas. Nenhuma música ficou de fora, a gente fez questão de pôr todo o álbum, até a que não estava no álbum, e a gente tem novidades, vamos ter músicas inéditas”, conta.

Prestes a apresentar esses novos projetos para o público, o empresário considera tanto o show quanto o filme como “um carinho para os familiares” e “uma grande homenagem”. “Ver pessoas de até 15 anos cantando as músicas deles é muito gratificante e faz entender que a arte vale a pena. Faz entender que a arte é democrática e chega a tudo e a todos. Que a gente possa curtir Mamonas mais 10, 15, 20 e 30 anos, porque sorrir é sempre a melhor coisa que a gente pode fazer na vida”, conclui o primo de Dinho.

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