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quinta-feira, 28 de março, 2024
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Médica infectologista esclarece mitos e verdades sobre Monkeypox

No cenário nacional, segundo os dados divulgados pela OMS na segunda-feira (15), o país registrava 2.893 casos de Monkeypox. Em Mato Grosso do Sul de acordo com o Informe Epidemiológico, publicado no dia 11 de agosto, pela Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, já foram registradas 19 notificações de casos da doença.

Ainda de acordo com o Informe Epidemiológico, a incidência de confirmados para Monkeypox no estado é maior entre os homens, 50% deles com idades entre 20 e 29 anos e Campo Grande é o município com maior número de registros. 

Todo esse panorama fez da Monkeypox um dos assuntos mais comentados nos últimos meses e com isso, surgiram muitas informações relacionadas a doença. Para esclarecer dúvidas sobre contágio e prevenção da Monkeypox, a Caixa dos Servidores preparou uma edição especial do ‘Cassems Informa’ em que a médica infectologista da Cassems, Priscilla Alexandrino e diretora técnica do Hospital Cassems de Campo Grande falou alguns mitos e verdades relacionados a doença. 

O material está disponível em: Cassems Informa | Tire suas dúvidas sobre a varíola do macaco (Monkeypox). E abaixo é possível conferir trechos da entrevista:  

Monkeypox é transmitida pelo macaco?

Segundo a médica infectologista, Priscilla Alexandrino a doença não é transmitida pelos macacos. “Tanto é que a OMS tem estudado mudar o nome da doença para não ficar com a conotação de que esses animais transmitem a Monkeypox. O que se sabe é que: a doença é causada por um vírus que sofreu mutações e agora está adaptado ao ser humano”. 

Antes de se espalhar pelo mundo, até maio deste ano, todos os todos os surtos da Monkeypox estavam restritos ao continente Africano. Existe a possibilidade de se tornar uma pandemia como a Covid-19?

Priscilla Alexandrino ressalta que nesse primeiro momento tem sido visto que não há tanta transmissibilidade quanto a Covid-19. Mas, segundo a médica infectologista da Cassems nada impede que esse vírus se adapte e possa passar a ser mais transmissível. “É importante lembrar que a epidemiologia está sempre um passo atrás do que acontece na vida real. Então, quando notificamos um caso, ele já ocorreu há dois meses. Mas eu espero que a gente consiga conter o avanço dos casos e que não se dissemine mais”. 

Os sintomas da Monkeypox podem ser confundidos como uma virose?

Segundo a médica infectologista os sintomas iniciais são similares aos de uma virose: febre prostração e em geral ela evolui o quadro, entre três e quatro dias, quando surgem as lesões. Temos visto com frequência muitas dessas lesões em mucosas, cavidades orais e regiões genitais e que são posteriormente disseminadas pelo resto do organismo.

As lesões da Monkeypox são parecidas com a Catapora? 

Priscilla Alexandrino explica que em casos de catapora existe o polimorfismo regional. Isso quer dizer que encontramos em áreas diferentes da pele da pessoa infectada vários estágios de lesões na mesma porção do organismo, na mesma região da pele. “E no monkeypox não é assim, todas as lesões estão no mesmo estágio do desenvolvimento. Por exemplo, todas as lesões estão só vermelhinhas, todas as lesões vão estar só bolhosas, todas as lesões vão estar só crostosas só com a casquinha”, explica.

Como acontece o contágio?

A médica infectologista da Cassems explica que as formas de transmissão até hoje notificadas são as seguintes: gotículas, quando há o contato aéreo, as secreções respiratórias do indivíduo doente. Existe o período de incubação do vírus que é de até 21 dias. Quando um indivíduo tem contato com a pessoa contaminada, demora um longo período até que ela tenha sintomas. E há uma possibilidade que nesse período ela comece a replicar esse vírus e transmita o que vai ser um fator que vai dificultar para a gente até ter o diagnóstico. 

“E tem se falado muito em contaminação sexual, em algum momento se pensou até que seria uma infecção sexualmente transmissível. Mas a gente sabe pouco ainda, talvez essas pessoas tenham tido contato com as lesões num primeiro momento e por isso se contaminaram. Óbvio que a pessoa teve relação sexual, ela teve contato, mas essa não é a única e exclusiva que está sendo falada e que a ciência já demonstrou”. 

Quanto tempo demora para uma pessoa testar negativo? 

O período de isolamento pode ser um pouco maior do que na Covid-19 porque não pode haver mais nenhuma lesão. E mesmo quando as lesões estão crostosas elas ainda transmitem então em geral o período de isolamento é de 21 dias ou mais.

Os cuidados para prevenir a doença são os mesmos da Covid-19?

A médica infectologista da Cassems afirma que sim, os cuidados são os mesmos. “A utilização de máscaras, higiene das mãos frequente, utilização do álcool a 70%, evitar compartilhar toalhas e objetos pessoais que possam ter encostado em lesões de pessoas que você não conhece”. 

No dia 23 de julho, foram registrados cerca de 16 mil casos de Monkeypox em 75 países. O indicador fez o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarar o atual surto da doença Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.

Fonte: Ascom Cassems

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