Agripino Magalhães dedicou pelo menos 90 ao cururu – dança que “canta” em desafio ao som da viola de cocho, instrumento artesanal tombado pelo patrimônio histórico pelo Iphan.
26/04/2020 12h39
Por: Redação
Morreu neste domingo (26), em Corumbá, o mestre cururueiro (viola de cocho) Agripino Magalhães aos 101 anos.Por conta da idade, ele vinha apresentando problemas de saúde e faleceu em casa.
Ele se tornou um dos ícones da música pantaneira, que ajudou a tornar o instrumento singular em Patrimônio Imaterial do país em 2005, no Livro de Saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O cururueiro era uma das únicas pessoas vivas no Estado de Mato Grosso do Sul aptas a construir artesanalmente uma viola de cocho, feita a partir de um tronco de madeira inteiriço. A viola é o principal instrumento utilizado para tocar cantigas que acompanham as danças típicas: cururu e siriri, que são apresentadas em festas tradicionais e festejos religiosos de regiões do Pantanal.
Agripino foi premiado, participou de documentários nacionais e disseminou para milhares de crianças a tradição de construir e tocar a viola de cocho.
Pantaneiro de Várzea Grande, Mato Grosso, aposentado como estivador (trabalhador responsável pelo transporte de cargas em navios), Agripino vivia no bairro Cervejaria. Ele deixa 12 filhos e mais de 30 netos e bisnetos.
Por conta das medidas de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19), o velório será curto, das 13h às 15h30, na Capela Cristo Rei, em Corumbá. O enterro está agendado para às 16 horas.
