22.8 C
Campo Grande
quinta-feira, 25 de abril, 2024
spot_img

Morto a caminho do Alasca, influencer Jesse Koz esteve na sede do Enfoque MS em 2019

Conhecido por rodar o mundo em um veículo Fusca, modelo 1978, ao lado do cachorro Shurastey, o influencer brasileiro Jesse Koz, de 29 anos, morreu em um trágico acidente de trânsito próximo da cidade de Portland (EUA) na segunda-feira (23). A informação foi confirmada pela família nesta terça (24). Ele esteve na sede do Enfoque MS no ano de 2019, quando contou a sua história e aventuras (clique aqui para ver a entrevista).

Morto a caminho do Alasca, influencer Jesse Koz esteve na sede do Enfoque MS em 2019
Shurastey e Jesse durante entrevista na sede do Enfoque MS (Foto: Arquivo)

De acordo com informações da imprensa local, Jesse teria tentado desviar de um engarrafamento na estrada e acabou perdendo o controle do veículo, invadindo a outra pista e batendo de frente contra um Ford Escape.

Além do influencer, o animal de estimação e grande companheiro de estrada também faleceu. Os dois morreram no local. Já o motorista do outro veículo sofreu ferimentos e foi levado para o hospital.

A viagem fazia parte de um projeto chamado “Shurastey or Shuraigow?”, uma adaptação inspirada na música “Should I Stay or Should I Go” (traduzido do inglês Devo Ficar ou Devo Ir), sucesso da banda The Clash.

No Instagram, mais de 400 mil pessoas acompanhavam as aventuras diárias do trio Jesse, Dodongo (nome do Fusca) e Shurastey. A morte deles foi confirmada através de uma publicação no perfil feita por um familiar e supreendeu os seguidores.

Entrevista ao Enfoque MS

No dia 25 de março de 2019, Jesse Koz e o seu cachorro Shurastey estiveram de passagem por Campo Grande e deram uma entrevista exclusiva à jornalista Suelen Morales, do site Enfoque MS.

Na oportunidade, ele relatou um pouco de suas aventuras e como teve a coragem de iniciar esta magnífica história de vida. “Todo mundo tem a vontade de viajar, a gente só esbara nos problemas que colocamos, como a falta de dinheiro. Mas, quando comecei a pesquisar descobri que precisa mais de força de vontade, de coragem, do que do financeiro”, disse o influencer, na época.

Jesse largou tudo o que tinha em Balneário Camburiu (SC), onde morava sozinho desde os 17 anos, para viajar. Antes da decisão, tinha um emprego formal em um shopping e cursava Educação Física, mas pediu demissão e trancou os estudos para realizar o seu projeto de vida.

A primeira grande aventura foi dentro do Brasil. “Rodamos até o Nordeste. Comecei a planejar e queria conhecer os países da América do Sul até a grana que eu tinha acabar. Postei num grupo de mochileiros e todo mundo falava que eu tinha que ir para o Ushuaia, fui pesquisar e na última semana decidi ir pra lá, no extremo sul do mundo. Agora não pretendo parar”, contou.

Ele citou que o Fusca, apelidado de Dodongo, não era exatamente confortável para o projeto, “mas tem suas vantagens”. “É um carro forte e querido no mundo inteiro. As vezes dá uns probleminhas. Você abre mão de umas coisas por outras”, ponderou, acrescentando que já havia providenciado algumas modificações no veículo para gantir mais conforto.

Morto a caminho do Alasca, influencer Jesse Koz esteve na sede do Enfoque MS em 2019
Cachorro Shurastey, companheiro de viagem de Jesse (Foto: Arquivo)

Na oportunidade, Jesse Koz revelou que o seu destino era o Alasca, nos Estados Unidos e no extremo norte do continente americano. Segundo ele, a ideia teria surgido durante uma viagem que fez até Ushuaia, na Argentina. “Uma coisa acaba levando a outra. Conheci um argentino chamado Ravier e ele me mostrou um amigo que foi de Kombi para o Alasca. Aí brinquei que eu iria chegar lá de Fusca, e o que era brincadeira acabou virando um objetivo, um projeto”.

Em seu planejamento, o influencer pontuou levar cerca de três anos para ir e voltar de lá. Após a conclusão desta aventura, ele pretendia parar um pouco para escrever um livro contando a sua experiência, dar palestras e, ao mesmo tempo, planejar outro destino junto de seu cachorro fiel.

Para conseguir se manter, comprar combustível e a comida para o dia a dia, Jesse Koz vendia artigos pelo  site: https://www.shurastey.com/, construído para atender ao seu projeto aventureiro. Além disso, ele contava com a ajuda de pessoas que o seguiam nas redes sociais através de doações. Inicialmente, eram apenas 200 seguidores no Instagram, tinha cerca de 83 mil no dia da entrevista e, até a data de sua morte, eram mais de 400 mil, incluíndo artistas de renome nacional.

“Não tenho uma grana preestabelecida, pode ser menos ou mais. Tenho que fazer o de cada mês e sei também que preciso arrecadar mais do que eu gasto”. Na ocasião, ele havia ganhado uma barraca, IPhone e até implante capilar de empresas parceiras. “Busco parcerias de coisa especificas, que facilitem minha vida e a viagem. As pessoas ajudam bastante, se identificam com o projeto de mostrar um outro lado da vida”.

Perguntado sobre a saudade de casa, da família e dos amigos, Jesse confirmou que sim, mas negou sentir falta da vida que tinha antes de se tornar um viajante. “Eu já morava sozinho, era independente. Mas, claro que sinto falta da família, das amizades. Agora da vida que eu levava, eu não sinto nada”, garantiu. “Quero conhecer o mundo inteiro, sou feliz fazendo isso. Viajar sozinho sem alguém para conversar, fica muito difícil, mas eu tenho meu melhor amigo sempre comigo”, complementou.

Em uma parte da entrevista, Jesse fez uma avaliação de sua história de sucesso até então, destacando que tinha realizado o seu maior sonho. “Simplesmente foi indo, sem patrocínio, seguidores totalmente orgânicos. A história em si, tudo que envolve e os três elementos [Jesse, Shurastey e Dodongo], atingiram nichos de públicos diferentes”, destacou na entrevista, orgulhoso da concretização do projeto.

Você pode conferir o perfil deles no Instagram clicando aqui.

Fale com a Redação