MS perdeu mais de 500 leitos do SUS nos últimos dez anos

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Ao todo foram 511 leitos. Na Capital a redução foi de 173 leitos

23/10/2018 15h26
Por: Redação

Levantamento divulgado hoje (23) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que o Mato grosso do Sul perdeu, nos últimos dez anos, mais de 511 leitos hospitalares no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo rede pública e privada.

Em 2008, o total de leitos na rede pública e privada era de 6.046. Em 2018, o total chegava a 5.588, uma redução de 7,54%. Já os leitos hospitalares do SUS caíram 12,50% no Estado, diminuindo de 4.087 para 3.576.

Em Campo Grande, a redução de leitos do SUS foi de 1.411 leitos para 1.238. Enquanto nos municípios do interior a perda foi ainda maior, caindo de 2676 para 2338, um total de 12,63%.

Para o secretário de saúde do município, Marcelo Vilela, para que a população não seja ainda mais prejudicada, é preciso haver uma melhor coordenação dos leitos por parte dos hospitais, de forma que as vagas sejam usadas de maneira rotativa.

“Os leitos precisam ser organizados na gestão clínica de cada hospital. Quando eu falo gestão clínica, quero dizer, por exemplo, numa pneumonia se espera que o paciente fique internado quantos dias? tem um limite, o hospital costuma extrapolar esse tempo. Então, a questão clínica do leito é que tem que ser melhorada”, diz.

A taxa ideal de leitos é entre 2,5 e 3 leitos para cada mil habitantes, segundo Ministério da Saúde.

Brasil

O país perdeu, nos últimos dez anos, mais de 41 mil leitos hospitalares no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2008, o total de leitos na rede pública era de 344.573. Em 2018, o total chegava a 303.185.

Já os leitos classificados como não SUS aumentaram de 116.083 em 2008 para 134.380 este ano. De forma geral, portanto, o sistema de saúde brasileiro passou de 460.656 leitos em 2008 para 437.565 em 2018, totalizando 23.091 leitos a menos – o equivalente a seis leitos fechados por dia durante um período de dez anos.

“O estudo mostra comportamentos diferentes se compararmos quantitativos de leitos SUS e não SUS. Enquanto o primeiro teve mais fechamentos que habilitações, o segundo grupo mostrou um aumento de aproximadamente 18.300 unidades. Isso significa que os leitos públicos diminuíram mais drasticamente”, destacou a CNM que usou a base de dados do próprio Ministério da Saúde para lançar o estudo.

Ainda de acordo com a pesquisa, em 2008, o Brasil contava com 2,4 leitos (SUS e não SUS) para cada mil habitantes, caindo para o índice de 2,1 leitos na mesma proporção de pessoas em 2018.

“Considerando a quantidade de leitos hospitalares segundo especialidade, identifica-se que os leitos denominados ‘outras especialidades, pediátricos e obstétricos’ apresentaram uma redução considerável”, apontou o levantamento.

Leandro Torres/AAN