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quinta-feira, 18 de abril, 2024
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Pesquisa encomendada pela Defensoria Pública de MS sugere lockdow em Dourados

Uma nota técnica foi enviada a imprensa, com a reavaliação do estudo encomendado pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul para o combate ao novo coronavírus (covid-19) em Dourados. O levantamento foi realizado por quatro pesquisadores de três universidades federais brasileiras e sugere às autoridades do município o lockdow (fechamento por completo). 

Segundo a nota técnica, a curva ascendente de contaminação na maior cidade do interior sul-mato-grossense demonstra que as medidas sanitárias adotadas pela administração municipal, por meio do Comitê de Gerenciamento de Crise do Coronavírus, não têm surtido o efeito necessário para conter a propagação da doença. 

“A análise aqui realizada evidenciou que Dourados concentra todos os indicadores apresentados no nível mais elevado de classificação (…). Ademais, a microrregião de saúde de Dourados e o município de Maracaju também apresentam, conforme se observou em toda análise, situação crítica e, pelos fortes níveis de interações espaciais com a capital regional, Dourados agrava ainda mais a situação de contenção da doença”, relata um trecho da avaliação.

O primeiro estudo foi datado de 23 junho, em comparação com a Capital do Amazonas, onde 79 pessoas morreram em um único dia. Nessa mesma análise, a projeção de mortes relacionadas à doença em Dourados era para dobrar em duas semanas, mas a fatalidade aconteceu antes do prazo, passando de 13 para 31 mortes em 3 de julho.

Uma semana depois de superar a estimativa, Dourados contabilizou 42 mortes, conforme os dados divulgados pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). O município lidera o ranking de óbitos causados pelo coronavírus no Estado. 

No novo estudo encomendado pela defensoria pública, os pesquisadores Fernando Ferraz Ribeiro, da Universidade Federal da Bahia, Marco Aurélio Boselli, da Universidade Federal de Uberlândia (MG), Everaldo Freitas Guedes, doutor e mestre em Modelagem Computacional e Tecnologia Industrial pelo Senai Cimatec e Fernanda Vasques Ferreira, da Universidade Federal do Oeste da Bahia, afirmam ainda que além do lockdow, as cidades vizinhas também devem aderir medidas mais severas para conter o avanço da doença. Como a criação de barreiras sanitárias, já implantadas em boa parte deles.

“As ações mais restritivas em um único município não proporcionarão a diminuição necessária na velocidade de contágio que resulte na proteção à vida e dos recursos públicos, com destaque aos do SUS”, aponta o estudo, finalizando com a sugestão do fechamento de segmentos na cidade por pelo menos 14 dias. “Para o município de Dourados-MS, recomendamos a medida de lockdown – fechamento total – associada a todas as demais medidas de prevenção apontadas nos procedimentos básicos por um período de 14 dias, podendo ser reavaliada sua eficácia, o cumprimento do mesmo por parte da população, a respectiva fiscalização e o comportamento da curva de contaminação e de número de óbitos”, conclui o relatório.

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