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quinta-feira, 25 de abril, 2024
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Senado apura se material de campanha causou alergia em servidora

A Secretaria de Polícia do Senado está apurando se um produto enviado a alguns parlamentares pode ter provocado uma reação alérgica em ao menos uma servidora da Casa.Senado apura se material de campanha causou alergia em servidoraSenado apura se material de campanha causou alergia em servidora

A apuração foi instaurada ontem (13), depois que senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia relataram ter recebido o material, parte de uma campanha contra os maus-tratos em animais.

“Não sei se meu gabinete foi o primeiro a receber, mas me parece que outros senadores também receberam o mesmo pacote”, disse o senador Marcos Rogério (DEM-RO), líder do Democratas no Senado. 

“Parece-me ser, realmente, uma campanha legítima, mas minha assessora teve contato com o material e desenvolveu uma reação alérgica”, disse Marcos Rogério, aconselhando os senadores e servidores que receberem o material a não manuseá-lo até que peritos verifiquem se o produto oferece ou não algum risco à saúde.

Bath bombs

Em nota, o Departamento de Comunicação do Senado explicou que o material ao qual o senador se referiu é semelhante a uma bomba de sais de banho (bath bombs) no formato de um coelho. Em geral, as bath bombs são produtos artesanais, utilizados como cosméticos que se dissolvem e efervescem quando em contato com a água.

Até a noite de ontem, o Senado não sabia informar quantos gabinetes parlamentares receberam as caixas. Peritos vão avaliar a toxicidade do material, ainda que, oficialmente, nenhum servidor tenha comunicado à diretoria da Casa ter sofrido reação alérgica.

Campanha

Responsável pela campanha realizada para sensibilizar a população de diversos países contra o uso de animais como cobaias em testes de cosméticos, a organização não governamental (ONG) Humane Society International (HSI) confirmou o envio do material. E informou que os sais de banho foram doados pela prestigiada empresa britânica de cosméticos naturais Lush. 

Segundo o diretor de Políticas Científicas da ONG, Helder Constantino, das 2 mil unidades que a Lush doou à sede da HSI, 150 foram destinadas ao escritório brasileiro. Dessas, apenas 18 foram redistribuídas a parlamentares e parceiros antes do senador Marcos Rogério comentar o caso de sua servidora.

“Ficamos surpresos com estes relatos, mas tão logo soubemos, por precaução, suspendemos a distribuição”, disse Constantino à Agência Brasil. “[No Brasil] A ideia era enviar os sais de banho para alguns parceiros da nossa campanha [#SaveRalph] contra o uso de animais em testes de cosméticos, incluindo alguns senadores, já que há, [tramitando] no Senado, um projeto de lei sobre o assunto. Era uma delicadeza. Não queríamos, de forma alguma, chamar a atenção desta forma”, acrescentou Constantino, garantindo que, segundo a fabricante do produto, ele é feito basicamente com bicarbonato de sódio e vendido em vários países.

“São ingredientes super seguros. Eu mesmo tenho um em casa. Meus próprios filhos o estão usando sem qualquer problema. De qualquer forma, temos conosco parte do material que recebemos e o colocamos à disposição do Senado”, disse o diretor da HSI.

Fonte: Agência Brasil

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