O mês de Agosto é ‘Lilás’ dedicado em reflexão e ações no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. E como fica mais em evidência a questão, também se compila ou resumo dados, que são assustadores, como no município de Dourados, segundo maior de Mato Grosso do Sul. Somente na cidade, a 230 km de Campo Grande, em oito meses incompletos deste ano, houve uma média mensal de 20,6 casos. E este número é apontado apenas pela Guarda Municipal Douradense, que registrou 165 ocorrências em 2021, de violações contra mulher. E nem medidas restriitivas estão sendo respeitadas.
Os dados apontam um aumento exponencial até segunda-feira (23), que foram divulgados números, que corresponde a 69,3% do total registrado em todo o ano de 2020. Enquanto no ano passado foram, em média, 19,8 ocorrências por mês, neste ano o número já marca quase 21 casos.
A comandante da GMD, Liliane Graziele C. S. Nascimento, ressalta que apesar de todo trabalho de conscientização as ocorrências seguem em uma crescente. “No balanço de atendimentos, nossa maior ocorrência está na averiguação dos casos de violência doméstica, que até o momento somam 73 registros, mas apenas 56% desses casos se convertem em boletim de ocorrência, cerca de 41”, apontou.
Liliane lamenta e avalia que haverá que se tomar medidas mais drásticas, pois nem as medidas judiciais de restrições estão resolvendo. “Outro ponto em que foi registrado um aumento está no descumprimento de medidas restritivas. Em 2021, a GMD realizou 15 verificações, das quais 10 resultaram em boletim de ocorrência de desobediência. Em 2020, o número de verificações foi até maior, 21, mas das quais 10 resultaram em B.O de não cumprimento”, revelou a comandante.
Ações para tentar barrar
A Prefeitura de Dourados, através da RedeCor (Rede de Coordenadorias), tem acompanhado as ações para reforçar o mês do Agosto Lilás, que reforça a importância do enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. A coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Mariana Rocha, destaca que o intuito é levar informação para mulheres que podem estar vivendo esta realidade hoje.
“Nós realizamos ações no centro e temos atuado com a rede de funcionários da educação. Nós queremos ampliar os lugares em que a mulher pode se sentir segura para falar sobre estes casos e, caso haja denúncias através dos alunos, eles já estarão preparados para conversar e ajudar no encaminhamento necessário”, pontuou Mariana.
Agosto Lilás
A campanha “Agosto Lilás” teve início em 2016 e desde então é um alicerce no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. Inicialmente, o objetivo foi intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.
