STJ nega pedido da defesa, e Sérgio Cabral será transferido do RJ para o MS

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Publicado em 27/10/2017 16h57

STJ nega pedido da defesa, e Sérgio Cabral será transferido do RJ para o MS

Ex-governador sairá de Benfica e irá para presídio federal em Campo Grande. Condenado por chefiar esquema de corrupção, pena soma 72 anos de prisão.

G1

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu nesta sexta-feira (27) o pedido da defesa de Sérgio Cabral para que ele não seja transferido para o presídio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Com a decisão, o ex-governador do Rio de Janeiro terá que deixar a penitenciária em Benfica, na Zona Norte da capital fluminense, onde está preso.

A decisão foi da relatora dos casos da Lava Jato no Rio no STJ, a ministra Maria Thereza de Assis Moura. Por segurança, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) não vai divulgar a data exata da transferência do ex-governador.

Sérgio Cabral está preso desde novembro, acusado de chefiar uma organização criminosa que, segundo a Justiça, fraudava contratos públicos e lavava dinheiro, entre outros crimes. De acordo com a investigação, o esquema se intensificou após ele assumir o governo do Rio, em 2007.

Cabral responde a 16 processo na Lava Jato e já foi condenado em primeira instância em três deles, tendo pena somada de 72 anos de prisão.

A transferência de Cabral foi pedida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, na quinta-feira (26), três dias depois de o juiz Marcelo Bretas determinar que ele deixasse o Rio, após audiência tensa com ex-governador. Enquanto prestava depoimento, Cabral fez declarações sobre a família de Bretas que foram entendidas como ameaças pelo magistrado e pelos procuradores da Lava Jato no Rio.

“É, no mínimo, suspeito que o acusado que não só responde apenas a este processo, responde, como o senhor bem disse, já são dezesseis e é possível, provável até, que haja mais situações, mais processos, muitas investigações, é, no mínimo, inusitado que ele venha aqui trazer ao juízo até numa audiência pública, que é gravada, a informação de que acompanha talvez a rotina da família do magistrado”, argumento Bretas na decisão. “Aparentemente, ele tem acesso privilegiado a informações que talvez não devesse ter.”

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