Estudo de universidade norte-americana revela que uso de emojis pode esconder personalidade obscura, como narcisismo, maquiavelismo e até psicopatia.
Um estudo da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, fez revelações perturbadoras a respeito do uso dos famosos emojis. Segundo a pesquisa, o uso excessivo desses recursos de linguagem virtual pode esconder traços de personalidade obscuros, como narcisismo, maquiavelismo e até psicopatia.
O estudo buscou analisar como cada emoji reflete a personalidade do usuário, com foco especial em três traços considerados negativos. São eles o narcisismo, a psicopatia e o maquiavelismo, que nada mais é do que a “disposição de manipular os outros para promover os próprios interesses”.
Dos 40 emojis selecionados para o estudo, 20 tinham significado positivo, como rostos sorridentes, corações etc. Já os outros 20 eram considerados negativos, como rostos tristes e raivosos. Os participantes classificaram a frequência de uso de cada emoji em uma escala de um a cinco (1 = nunca, 2 = raramente, 3 = ocasionalmente, 4 = frequentemente e 5 = muito frequentemente).
Além disso, os participantes também responderam a perguntas sobre o uso de emojis em geral, como a frequência em que os utilizam para redigir mensagens de textos ou nas redes sociais, seja em comentários ou publicações. Já os traços de personalidades foram avaliados por meio de questionários.
Homens e mulheres
A pesquisa traz revelações a respeito do uso de emojis tanto para homens quanto para mulheres, e como isso reflete partes obscuras da personalidade de cada um. Nos homens, o uso mais frequente de emojis se relaciona a níveis mais elevados de narcisismo, definidos como um “senso excessivamente alto de auto importância”.
Ainda nos homens, níveis mais elevados de maquiavelismo se manifestaram em perfis que usam de forma mais frequente emojis positivos, negativos e emojis em mensagens de texto e/ou nas redes sociais.
“O uso de emojis pode estar relacionado a estratégias de manipulação na percepção dos outros, a fim de apresentar uma imagem positiva de si mesmo”, diz o estudo.
Já nas mulheres, níveis mais elevados de narcisismo se relacionam ao uso mais frequente de emojis positivos, emojis negativos, emojis em novas postagens em redes sociais e emojis em respostas a mensagens em redes sociais.
Os pesquisadores também descobriram que o uso de alguns emojis estava relacionado aos cinco grandes traços de personalidade: amabilidade (ser amável, gentil, afável e compassivo), consciência, extroversão, neuroticismo (desajustamento e instabilidade emocional) e abertura.
Enquanto isso, tanto para homens quanto para mulheres, níveis mais altos de extroversão foram relacionados ao uso mais frequente de emojis positivos, enquanto apenas para os homens, níveis mais altos de extroversão foram relacionados ao uso mais frequente de emojis em mensagens de texto em geral.
Para as mulheres, níveis mais altos de abertura foram relacionados ao uso mais frequente de emojis em novas postagens nas redes sociais, respostas a postagens de terceiros em redes sociais e em mensagens.
Já para os homens, níveis mais altos de neuroticismo se relacionam ao uso mais frequente de emojis negativos e de emojis em respostas a postagens em redes sociais.
Curiosamente, as mulheres relataram um uso mais frequente de emojis do que os homens em cada uma das cinco categorias de uso de emojis – emojis positivos, emojis negativos, emojis em novas postagens em redes sociais, emojis em respostas a postagens em redes sociais e emojis em mensagens de texto.
O que é a “Tríade Obscura”?
Traços obscuros como narcisismo, maquiavelismo e psicopatia são classificados na pesquisa como a “Tríade Obscura”.
A psicopatia é caracterizada por comportamentos antissociais, impulsividade, egoísmo, insensibilidade e falta de remorso.
Já o narcisismo se caracteriza por uma autoimagem de grandiosidade, orgulho, egoísmo e falta de empatia.
Por fim, o maquiavelismo é definido pela manipulação e exploração de outros, como foco no próprio interesse.
A pesquisa
Para o estudo, foram selecionados 285 estudantes, com idade média de 20 anos, entre eles 135 homens e 145 mulheres, além de cinco outros jovens, classificados como “outros”.
Os autores da pesquisa ainda acreditam que novos estudos no futuro podem revelar mais sobre grupos mais amplos. “Para pesquisas futuras neste campo, seria vital saber como diferentes gerações (com especificação de gênero para cada geração) entendem, veem e usam emojis em suas vidas”, dizem no artigo.
“Esse esclarecimento sobre o uso de emojis, de acordo com geração e idade, melhoraria os significados deles para uma grande parcela da população, conforme demonstrado no estudo de que contexto nem sempre significa clareza”, concluem.
Fonte: R7