Mesmo faltando mais de um ano para as eleições gerais de 2026, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já iniciou os preparativos para garantir a segurança e a confiabilidade do processo eleitoral. Entre os dias 1º e 5 de dezembro deste ano, a Corte realizará o Teste Público de Segurança (TPS) dos Sistemas Eleitorais, um procedimento técnico que tem como objetivo identificar e corrigir eventuais vulnerabilidades nos sistemas usados na votação eletrônica.
As inscrições para participação no TPS estão abertas até o dia 18 de julho. Podem se candidatar representantes da sociedade civil, universidades e órgãos públicos, que atuarão como “investigadores” do sistema. A ideia é permitir que esses participantes testem diversos componentes das urnas eletrônicas e dos sistemas de apuração, contribuindo com sugestões de melhoria e aprimoramento.
Segundo o TSE, o teste “faz parte do ciclo de desenvolvimento dos sistemas de votação, apuração, transmissão e auditoria” e tem o propósito de fortalecer a transparência e a segurança do processo eleitoral brasileiro. A medida também ajuda a combater a desinformação e aumentar a confiança da população nas urnas eletrônicas, que são utilizadas no país há 25 anos sem registro de fraudes.
Nesta edição, os investigadores poderão analisar as urnas eletrônicas modelos 2020 e 2022, seus firmwares, mídias eletrônicas e uma série de sistemas complementares, como o Gedai-UE (gerenciador de dados e interface com a urna eletrônica), o software de carga e votação, além do sistema de apuração e o kit JE-Connect, usado para transmissão de dados.
Todo o processo ocorrerá em ambiente estruturado pelo TSE, que fornecerá os materiais e o suporte técnico necessário. As equipes — individuais ou em grupo — deverão seguir planos previamente aprovados, colocando em prática ações que simulem tentativas de invasão ou falhas no sistema, sempre com fins de auditoria e correção.
Ao fim do TPS, o Tribunal chamará os participantes para apresentar os resultados e melhorias realizadas a partir das sugestões identificadas. Esse ciclo de transparência e participação é considerado um dos pilares para a integridade do sistema eleitoral brasileiro.
Desde 2009, o Teste Público de Segurança é realizado de forma periódica, sendo uma das principais ferramentas do TSE para garantir a eficiência, confiabilidade e resistência das urnas eletrônicas, inclusive diante de um cenário político marcado por fake news e desinformação sobre o processo eleitoral.
Com o pleito marcado para 4 de outubro de 2026, o TSE busca, mais uma vez, antecipar-se a eventuais questionamentos e consolidar a imagem do Brasil como referência mundial em eleições eletrônicas seguras.