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Quase 150 pacientes estão na fila da radioterapia para tratamento de câncer em Campo Grande

Publicado em 02/11/2017 07h51

Quase 150 pacientes estão na fila da radioterapia para tratamento de câncer em Campo Grande

Hoje, só uma clínica particular atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, situação que acabou na mira do Ministério Público.

G1 MS

Quase 150 pacientes estão na fila da radioterapia para o tratamento de câncer em Campo Grande. Hoje, só uma clínica particular atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, situação que acabou na mira do Ministério Público.

A Santa Casa, que tem autorização do Ministério da Saúde, terceiriza o serviço para a clínica. O Hospital de Câncer (HC), que até o mês de setembro recebia pacientes do SUS, precisou suspender os atendimentos.
O HC recebeu um acelerador linear novo, mas as obras do bunker, espaço que isola a radiação do aparelho, ainda não ficaram prontas. Enquanto isso, o hospital também encaminha os pacientes para clínica particular.

“Nós estamos trabalhando de uma maneira bastante acelerada com objetivo de terminar a obra agora, até o final de novembro. Iniciamos dezembro com a colocação do equipamento no local e aí os processos de habilitação, de licenciamento, treinamento, para começar operar aí por volta do dia 15. Nós até colocamos uma data que seria o dia 18 de janeiro”, disse o presidente do Hospital de Câncer, Claudio Osório Machado.

Atualmente, 146 pacientes com câncer aguardam na fila da radioterapia, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande. A situação levou a 32ª Promotoria de Justiça a abrir um inquérito. O Ministério Público cobra da prefeitura e do Hospital de Câncer medidas para reduzir esse tempo de espera dos pacientes.

Para o secretário de Saúde da capital sul-mato-grossense, Marcelo Vilela, a solução está na retomada dos atendimentos no Hospital de Câncer.

“A gente acredita que isso aí vai diminuir bem a fila e vai atender de uma maneira normal, como deve-se atender no tempo pedido por lei, que é pelo menos 60 dias do pedido. É uma tecnologia melhor, moderna, vai triplicar a capacidade da máquina antiga e isso vai atender bem a fila da radioterapia”, garantiu Vilela.

Em 2013, a operação Sangue Frio, do Ministério Público, Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal (PF), apontou um esquema de favorecimento da rede privada para atendimento de pacientes de radioterapia pelo SUS. Na época, diretores dos hospitais foram afastados e havia promessa de ampliação dos atendimentos, o que não aconteceu.

O Hospital Universitário (HU) está com o setor de radioterapia fechado há quatro anos porque a tecnologia usada na unidade está ultrapassada. Já o Hospital Regional (HR) chegou a ser selecionado para oferecer o serviço, mas não conseguiu tirar o projeto do papel.

Ainda de acordo com a direção do Hospital de Câncer, quando os atendimentos retornarem, se for preciso, um terceiro turno será criado para zerar a fila de espera.

Em nota, o HU informou que entende a necessidade de restabelecer o serviço de radioterapia e que a direção está tentando conseguir recursos com o governo federal para a compra de um acelerador linear e, assim, retomar os atendimentos.

O HR também se manifestou em nota. Segundo a assessoria de imprensa, o setor de radioterapia será ao lado do Pronto Atendimento Médico (PAM). A demora para o começo das obras é por conta da complexidade. Por enquanto, somente o projeto arquitetônico foi finalizado. As outras etapas dependem do cronograma da empresa contratada pelo Ministério da Saúde.

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