Pela primeira vez na UFMS, um peixe da espécie cachara (Pseudoplatystoma fasciatum) passou por um exame de tomografia computadorizada. O procedimento foi realizado nesta segunda-feira, 15, no Hospital Veterinário, em parceria com o Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo. A ação reforça o compromisso com o bem-estar animal e a conservação de espécies aquáticas.
O exame foi motivado por sinais clínicos observados no animal, como perda de peso progressiva e falta de apetite, que não haviam sido esclarecidos por exames convencionais. A tomografia permitiu avaliar tridimensionalmente órgãos e estruturas internas, identificando alterações sutis que outros métodos, como o ultrassom, não conseguem revelar.
Segundo o coordenador do Hospital Veterinário da UFMS, Diogo Freire, os principais desafios foram relacionados à fisiologia aquática da espécie e à necessidade de manter o bem-estar do animal durante transporte e exame. “Apesar de estar fora da água, ele foi mantido anestesiado em um sistema de circulação contínua para garantir a oxigenação. Todo o manejo foi feito sob sedação para minimizar o estresse”, explicou. “O exame foi rápido, durando entre cinco e sete minutos, graças ao tomógrafo de 64 canais da UFMS, um equipamento único entre universidades federais”, destacou.
Os estudantes do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia participaram de todo o processo, desde o manejo inicial até a análise dos exames, adquirindo experiência prática com técnicas avançadas de diagnóstico em animais silvestres. Para a ciência, o procedimento representa um avanço no uso de tecnologias de ponta, permitindo ampliar o conhecimento sobre espécies nativas do Pantanal e criar protocolos que contribuem para a conservação.
Para a diretora-geral do Bioparque, Maria Fernanda Balestieri, a parceria com a Universidade é fundamental para cuidar das espécies mantidas no espaço. “Cuidar da saúde dos animais do Bioparque é uma responsabilidade diária. A integração com a UFMS potencializa nosso trabalho, trazendo inovação, respaldo técnico e a possibilidade de avançarmos em protocolos que ampliam as rotinas de cuidados com nossos animais”, ressaltou.
O médico veterinário do Bioparque Pantanal Edson Fernandes explicou a importância da parceria para a área da medicina veterinária. “Todo o corpo de técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ajudam nas pesquisas para que possamos promover mais o bem-estar dos nossos animais, e também, o conhecimento”, complementou.
