Ontem (2) foram ouvidas 6 das 15 testemunhas de acusação
03/03/2020 07h45
Por: Redação
Segue hoje (3), no fórum de Campo Grande, no Plenário do Tribunal do Júri, o segundo dia de depoimentos sobre o assassinato de Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão da reserva da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier,42, morto em abril do ano passado com tiros de fuzil em frente à sua casa.
Durante a audiência de ontem, que terminou tarde da noite, após sete horas de duração, foram ouvidas 6 das 15 testemunhas de acusação. Outras duas foram dispensadas, por alegarem problemas de saúde mental e uma terceira será ouvida por carta precatória.
Entre os depoismentos, foi ouvido o pai do universitário executado, na condição de informante, na qual não é obrigado a fazer o juramento de falar apenas a verdade. Ele relatou que teria sido procurado pelo desembargador aposentado Joenildo de Souza Chaves, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), como emissário do homem acusado como mandante do crime, o empresário Jamil Name, 80 anos, preso pela Operação Omertà, desde setembro do ano passado.
O magistrado teria oferecido dinheiro para “resolver” o assunto, ou seja, calar-se. Joenildo Chaves, informou o capitão, perguntou quanto ele queria para ir embora do Estado: “500 mil, 1 milhão, 2 milhões?”, relembrou.
O pai garantiu ainda que respondeu não querer dinheiro e até ter cogitado vender os bens em ir embora, à época dos fatos citados. Esse conteúdo já era conhecido da força-tarefa de delegados e promotores responsáveis pela investigação e acusação pela morte de Matheus Xavier.
Também prestou depoimento, Eliane Benitez Batalha dos Santos, esposa do ex-guarda civil municipal Marcelo Rios, também prestou depoimento voltou atrás em sua versão sobre as acusações contra o marido de envolvimento em crimes de pistolagem.
Outros depoimentos
O empresário Jamil Name, Jamil Name Filho e o policial Vladenilson Daniel Olmedo devem ser ouvidos por videoconferência do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Eurico dos Santos Mota, o hacker contratado pela quadrilha para seguir os passos de Paulo Xavier deve ser ouvido também por videoconferência, no presídio de Coxim.
Entenda o caso
Matheus foi assassinado com sete tiros de fuzil em frente a sua casa, no dia 9 de abril de 2019. A execução do jovem de 20 anos teria sido por engano, já que o pai dele, Paulo Xavier, seria o alvo dos pistoleiros.
Um dos envolvidos na situação é o guarda municipal que foi peça-chave na deflagração da Operação Omertà, Marcelo Rios – considerado gerente do grupo.
Os acusados do crime já estavam presos por conta da Operação Omertà, que investigava crimes de pistolagem e milícia ocorridos em Mato Grosso do Sul.
Em novembro do ano passado, foi feito pedido de decretação da prisão preventiva de Jamil Name e Jamil Name Filho pelo homicídio de Matheus, morto a tiros em 9 de abril daquele ano.
Apenas os mandados contra José, o ‘Zézinho’ e Juanil permanecem em aberto e eles são considerados foragidos. Os dois são apontados como pistoleiros do grupo criminoso.
A acusação pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier inclui homicídio doloso qualificado (mediante paga e emboscada), receptação e porte ilegal de arma de uso restrito.
