A precificação dos combustíveis no Brasil foi tema de debate na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), nesta terça-feira (15). O assunto foi iniciado pelo deputado Pedro Kemp (PT), que criticou a política de governo de Jair Bolsonaro (PL) que, segundo ele, onera o consumidor e beneficia os acionistas do petróleo.
“Atrelar o preço ao dólar tem aumentado os combustíveis e onerado o orçamento das famílias. Uma política nefasta e cruel do Governo Bolsonaro, que reflete muito no custo de vida. Uma política para investir nos ricos, para que fiquem cada vez mais ricos e o povo pobre que se vire como pode. Estamos vendo uma alta absurda, porque a União não tomou a decisão de mudar a política de preço. Hoje o litro da gasolina no Mato Grosso do Sul está em média R$ 7,00. Outros estados já passou dos R$ 8,00. Essa é uma tendência de aumento, tendo em vista a guerra”, ressaltou.
Segundo o deputado, em 2021 os preços elevaram em 68% somente a gasolina e com isso a Petrobras deixa de ser um instrumento de eficiência energética, que tinha o objetivo de garantir o acesso até aos mais vulneráveis, para, segundo ele, se preocupar somente com o lucro. “A Petrobras está tendo um super lucro. Não estamos vendo ninguém tentando superar a crise que estamos vivendo nesse país, mas sim só benefício aos acionistas. Antes víamos uma Petrobras que direcionava lucros para investimentos em diversas áreas e hoje vemos esse super lucro indo para os bolsos”, lamentou.
Em contrapartida, o deputado João Henrique (PL) explicou que a questão envolve a política de oferta e demanda. “Vivemos um momento de pandemia, em que o preço do barril chegou a valer menos de R$ 20,00, porque as pessoas pararam de sair de casa, as companhias áreas estavam impedidas de voar e isso gerou um excesso de petróleo, que fez com que o preço caísse. Hoje, com a recuperação econômica, o preço disparou, comercializado a mais de U$ 100,00 o barril”, argumentou.
Para o deputado, dizer que é incompetência governamental é “discurso é populista”. “O preço é formado pelo repasse aos acionistas em 33%. O ICMS 27,7%, depois o etanol com 16,9%, Pis/Cofins foi zerado pelo Bolsonaro e a distribuição soma os demais 10,7%. Na época da administração do Partido dos Trabalhares o maior impacto era a corrupção e isso não precisa discutir, porque está provado com diversos acordos de leniência, com devolução de valores. O que aumentou muito os valores foi a corrupção. E dizer que somos autossuficientes é mentira, pois não conseguimos consumir todo o petróleo produzido aqui devido a qualidade do produto”, explicou.
O deputado Coronel David (sem partido) concordou e ainda defendeu a privatização da Petrobras. “Ela é uma empresa de sociedade mista, mas nós que defendemos uma economia liberal estamos discutindo para que ela possa ser de uma vez por todas privatizada, para que possa abrir a concorrência, acabar com o monopólio e abrir a outras empresas para poder baratear. Nenhuma medida vai dar resultado nesse momento. O Partido dos Trabalhadores culpa o ministro da Economia [Paulo Guedes], mas o PIB [Produto Interno Bruto], mesmo com a pandemia, cresceu mais que em grandes potências mundiais. Querem induzir ao erro, quando fala da inflação, como se fosse culpa exclusiva do presidente, mas em todo o mundo todos os países padecem da inflação pelos malefícios da pandemia e agora agravado pela guerra da Ucrania”, finalizou.
