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sexta-feira, 25 de julho, 2025
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Banco de leite faz alerta para evitar perdas no estoque

O problema é ainda maior quando se trata do colostro, já que o estoque está zerado

11/03/2020 11h53
Por: Redação

Banco de leite humano da Santa Casa de Campo Grande, Irmã Maria José Machado faz alerta para evitar perdas no estoque. Atualmente 23 bebês necessitam receber o leite doado.

Com capacidade para pasteurizar até vinte litros de leite por semana, o banco tem processado, em média, dez litros por semana. Essa queda no volume processado já preocupa os profissionais do setor que atende a uma demanda diária de três litros de leite para os recém-nascidos prematuros de baixo peso e aqueles que, por algum motivo, não puderam ser alimentados pela mãe.

“Hoje o que temos em estoque só é suficiente para mais 4 ou 5 semanas”, alerta Érica Helena Cintra, nutricionista do Banco de Leite. Como ocorre, em anos anteriores, o início do ano é de retomada das doações, após o período de festas e do feriado de carnaval. Além disso, o aumento na demanda por leite humano e o descarte de parte das doações, provocado principalmente pela demora no congelamento do alimento logo após a extração, têm contribuído para reduzir o estoque.

Atualmente 23 bebês necessitam receber o leite doado. O Banco de Leite comporta um estoque de até duzentos e quarenta litros de leite humano pronto para a distribuição, mas, hoje, o total disponível é de 40% da capacidade, ou seja, noventa-e-oito litros.

O problema é ainda maior quando se trata do colostro, já que o estoque está zerado. O colostro antecede a produção do leite pelas glândulas mamárias e, por ser mais concentrado (contém proteína, lactose, gordura, leucócitos, vitaminas A, E, K, imunoglobulinas, entre outros), é considerado como a primeira vacina do bebê. Auxilia na proteção contra infecções e no desenvolvimento do sistema imunológico do bebê. Em muitas mulheres, a produção de colostro pode começar no último trimestre da gestação, mas após o nascimento do bebê dura aproximadamente três dias e a quantidade é bem reduzida, quando comparada à produção de leite. Por isso, a maior dificuldade em conseguir as doações de colostro para o Banco de Leite.

O descarte das doações tem ocorrido principalmente por excesso de acidez no leite, provocada pela falta de congelamento instantâneo após a extração. Mas, também há casos de contaminação por bactérias. No Banco, todo o leite coletado passa por um rigoroso sistema de análise laboratorial e tudo o que estiver em desconformidade é descartado. “O processo é rigoroso porque os bebês internados que vão receber este leite ou colostro estão com baixa imunidade. Por isso, a importância da higienização na origem, das mãos e mamas, não conversar durante a extração e sempre levar o leite ao congelador de forma instantânea”, alerta a nutricionista.

Os dados sobre o descarte das doações revelam que esse volume aumentou nos primeiros meses de 2020. Enquanto a média do último semestre de 2019 foi de 7,5 doações perdidas, em janeiro e fevereiro o total de descartes ficou em 17.

Banco de leite faz alerta para evitar perdas no estoque

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