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sábado, 17 de maio, 2025
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Dupla é julgada por morte de garoto a seis anos após ser injetado com mangueira em lava-jato na Capital

Após seis anos da morte de Wesner Moreira da Silva, em 2017, o julgamento de seus algozes está acontecendo nesta quinta-feira (30), em Campo Grande. O então garoto que tinha 17 anos, foi injetado no anus com uma mangueira de ar, que acabou em seu óbito dias depois, e, se tornou homicídio, praticado por Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena, que são acusados do crime, ocorrido na região do bairro Tiradentes, região Noroeste da Capital. Veja abaixo, um resumo da coorrência.

A mãe da vitima, Marisilva Moreira da Silva, desabafou a imprensa, que finalmente chegou o dia para responsabilizar oficialmente os praticantes oficiais da morte de seu garoto e vai ou deve poder descansar após o julgamento que acontece hoje em Campo Grande. Ela apontou que deve encerrar a saga dolorosa de uma mãe que viu um filho quase que irreconhecível, agonizar no hospital, por um dita ‘brincadeira’ de dois já homens ou maiores de idade, que deveriam saber o perigo do ato criminoso que cometeram contra um menino.

A mãe ainda revelou que não conseguiu dormir e passou a noite acordada a base de chás e orando muito. Ela contou que o coração dela ficou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital junto do filho Wesner. “Meu luto, virou luta. é estranho falar isto, mas vejo com alegria, o julgamento ter sido marcado, já que os autores achavam que nada ia acontecer. Eu desde aquela época, meu filho e meu coração ficaram na UTI, onde ele ainda passou e lutou pela vida alguns dias”, disse a mãe de Wesner.

Marisilva , lembrou que na época os autores alegaram que era uma ‘brincadeira’, mas segundo ela, então, deveriam ter feito entre eles. Ela lembra da brutalidade do caso, “tiraram o sonho dele de servir o quartel e o meu de ter netos”, apontou Marisilva, lembrando que o filho faria 24 anos no próximo dia 7 de junho.

Viveu para me revelar o acontecido

A mãe do então adolescente, também recordou e contou que o filho só ficou vivo até revelar o que tinha acontecido para ela, sendo que morreu dias depois. O irmão de Wesner, Luciano Gonçalves, de 26 anos, falou estar muito ansioso e emocionado e que acredita que tudo vai dar certo. 

Familiares e amigos lotam o plenário do Júri e o julgamento de Willian Enrique Larrea e Thiago Giovanni Demarco Sena tem previsão para acabar por volta das 16 horas, ainda desta quinta-feira. 

Dupla é julgada por morte de garoto a seis anos após ser injetado com mangueira em lava-jato na Capital
Marsilva Moreira, mãe do rapaz Wesner (Nathália Alcantara, Midiamax)

O Crime

O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço. “No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva.

Conforme sabido, noticiado à época e no decorrer do processo, e como consta da peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no Lava Jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, região da grande Tiradentes, a dupla introduziu uma mangueira de ar comprimido no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.

Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e então até passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, dito em tom de brincadeira.

Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.

Imediatamente o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do Bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.

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