O assunto não é novo, tão pouco está próximo de ser encerrado, mas ganhou força desde o início do ano quando o embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, falou publicamente sobre a possibilidade de os países que formam o bloco economico sul-americano (Mercosul) terem uma moeda única.
O atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um defensor da ideia. No ano passado, por exemplo, publicou um artigo no qual tratou do assunto. Mas não pense você que isso é algo relativo a ideologia partidária ou político, até porque o antigo ministro da Economia, Paulo Guedes, também se mostrava favorável a criação da moeda única.
Para o embaixador argentino, a moeda envolvendo o Brasil, Argentina, Venezuela, Paraguai e o Uruguai “significaria uma unidade para a integração e o intercâmbio comercial em todo este bloco regional”. Para que isso acontecesse na prática seria criado um banco central sul-americano responsável pela emissão e o controle da moeda.
A Europa é o maior caso de sucesso da moeda única. O Euro é hoje utilizado por 20 países do continente. Na África, o franco CFA é compartilhado por 14 países (como Camarões e Senegal), mas com uma divisão entre nações da África Ocidental e da África Central. Os países da África Ocidental prometem substituir em 2027 o franco CFA por uma moeda que se chamará Eco.
O assunto já chegou no Congresso Nacional e um projeto de lei em tramitação quer proibir o Brasil de adotar qualquer tipo de moeda única com outras nações. “É uma temeridade querer instituir uma nova moeda apenas por questões de afinidade ideológica, sem maior estudo a respeito de viabilidade técnica”, disse o deputado Kim Kataguiri (União-SP), autor do PL.
Também há quem defenda a criação de uma moeda comum a ser usada apenas para calcular as transações de mercadorias exportadas e importadas entre os países. Nesse caso, a moeda não seria colocada aos consumidores finais e não substituiria o Real brasileiro ou o Peso argentino, mas substituíria o Dólar Americano, que é usado atualmente como base de cálculo. Hoje, um dólar custa R$ 5,17.
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