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quinta-feira, 28 de março, 2024
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´Mostra CTA – Corpos Transeuntes em Ação´ exibe videodanças com audiodescrição

Apresentações são gratuitas e reúnem trabalhos de artistas de vários estados brasileiros e da Colômbia.

De hoje (11) a quinta-feira (13), às 19 horas, pelo Youtube, serão exibidas videodanças que foram criadas na oficina online de videodança da ´Mostra CTA – Corpos Transeuntes em Ação´, que aconteceu entre março e abril deste ano. A iniciativa faz parte do programa ´Plataforme-se´ que reúne experiências e desejos na produção de videodanças. Um lugar para construir relações entre a dança e o vídeo. O Projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e Prefeitura Municipal de Campo Grande.

Além de Mato Grosso do Sul, a oficina contou com participantes de São Paulo, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas, Santa Catarina e Colômbia. Para a participante Margarita María Milagros, artista cênica, body artist e educadora, de Bogotá (Colômbia), a oficina foi um espaço de epifanias, um laboratório de trocas de experiências e aprendizagens.

Thatiana de Souza Feliciano, pedagoga e professora intérprete de Libras, de Campo Grande (MS), foi outra participante da oficina. Ela conta que sempre busca ver a experiência dos universos distantes do seu com abertura e beleza: “Me dispor. A disposição muda toda a experiência, com a oficina de videodança Plataforme-se não foi diferente”.

Já para Samuel Leandro de Almeida, estudante de pós-graduação natural de Natal (RN), um dos diferenciais foi ter contato com o conteúdo sobre audiodescrição. “A oficina foi marcante pelas novas abordagens sobre a videodança que foram apresentadas. Agregou muito também ter uma oficina de audiodescrição, um aspecto tão necessário na nossa sociedade de hoje, para tornar acessível qualquer trabalho para qualquer público”, completa.

O conteúdo sobre audiodescrição foi abordado pela audiodescritora Maria Cândida Abes e por Léia Ferreira, que é consultora em audiodescrição e tem deficiência visual. Segundo Maria Cândida, participar do projeto foi um desafio, um desafio que vinha de encontro com seu propósito íntimo de poder sempre trabalhar com acessibilidade em conteúdos audiovisuais, a audiodescrição para ela é um benefício da mais alta importância para a inclusão das pessoas com deficiência visual.

“A audiodescrição beneficia outros públicos também, ampliando a compreensão e o entendimento. A troca de experiências durante o projeto foi incrível, compartilhamos experiências, sentimentos e vivenciamos na prática. Na oficina de audiodescrição falamos de inclusão, de autonomia e independência, construímos juntos. Sentimento de gratidão pela oportunidade, de alegria e de saber que precisamos fazer acontecer, permitindo que todas as pessoas possam verdadeiramente acessar e usufruir de todo conhecimento e poder transformador presente na arte, na cultura”, diz.

Para Léia trabalhar com este projeto está sendo muito importante enquanto pessoa com deficiência visual: “Pois sei o quanto é difícil ainda ter acessibilidade nos diferentes produtos e eu poder contribuir para que ela aconteça é bem gratificante. Fico muito grata por ter conhecido pessoas tão sensíveis e especiais neste projeto”.

O curso teve a mediação dos idealizadores Jackeline Mourão e Ralfer Campagna. Também contou com dois artistas da dança convidados: Franciella Cavalheri (MS) e Marcelo Sena (PE). A exibição trará vídeos que foram produzidos pelos participantes durante a oficina e três videodanças criadas em 2017 a partir do espetáculo-intervenção ‘DERIVA’, que abordam as relações fronteiriças da cidade.

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