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os integrantes do MTST deixaram Itaquera, zona leste A ocupação “Copa do Povo”

01/09/2014 08h59

os integrantes do MTST deixaram Itaquera, zona leste A ocupação “Copa do Povo”

R7

Após ocupar o terreno de 155 mil m² em Itaquera, zona leste, no dia 3 de maio, os integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) deixaram o local no domingo (31). A ocupação “Copa do Povo”. Neste mês, um termo de compromisso entre o Movimento, o Governo Federal e a construtura Viver, dona do espaço, ficou acordada a desmontagem do acampamento e a retirada das famílias que passaram a residir no local.

A Caixa Econômica Federal, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo se comprometeram a cadastrar os ocupantes e construir prédios de moradia para eles. A previsão do movimento é que as primeiras das 3.500 unidades fiquem prontas em 2016.

Em um discurso ao microfone durante o ato que marcou o fim da ocupação, o coordenador do MTST, o filósofo Guilherme Boulos, de 32 anos, lembrou que nas primeiras semanas circularam boatos de que a saída das 4.000 famílias seria violenta, com ação da Tropa de Choque, da Polícia Militar.
— Quem diria que a gente poderia, em tão pouco tempo, estar comemorando uma vitória tão grande?

De acordo com ele, a retirada do espaço, um terreno desnivelado e cheio de pinheiros em frente ao planetário do Parque do Carmo, é “uma etapa da luta”.
— Nós não estamos saindo deste terreno para dar um adeus para ele. Estamos saindo para dar um até logo, porque vamos voltar para ele, e não vai ser em barraco de lona, não, mas em moradia definitiva e digna para cada um.

Na ocupação Copa do Povo, criada para chamar a atenção para o problema da moradia popular aproveitando-se dos holofotes trazidos a Itaquera pela Copa do Mundo de futebol, habitavam, conforme o MTST, principalmente pessoas que tinham para onde voltar. Famílias que, geralmente, vivem de aluguel ou em condições precárias, como áreas de risco, afirma Boulos.

Mesmo sem ter um destino certo, ambos deixaram a ocupação neste domingo. A saída de todos é uma estratégia cara ao MTST, que tem outras ocupações em São Paulo, como a Faixa de Gaza, na zona sul, prevista para ser desocupada em setembro, após firmar um termo parecido com a entidade dona do terreno e o governo, segundo Boulos.

— A nossa perspectiva, e daí a importância também de o movimento não estimular que as pessoas morem na ocupação e favelizem, não é de fazer favela. Nossa perspectiva é fazer a ocupação como uma forma de pressão sobre o poder público e os especuladores, para que ali, nesses terrenos ociosos, se construa moradia popular.

Para celebrar o fim da ocupação e a conquista, o MTST organizou uma marcha entre o terreno e o entorno da Estação Corinthians-Itaquera do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a cerca de 4 km, onde houve dispersão.

A construtora Viver tem até o dia 3 de novembro para transformar a promessa de apoio no repasse público necessário efetuar o pagamento, que deverá ser à vista. Confirmada a compra e aprovado o projeto no Ministério das Cidades, por meio do programa federal Minha Casa Minha Vida Entidades, o movimento poderá comandar o futuro empreendimento e escolher as famílias que serão contempladas.

Foto: Daia Oliver/ R7

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