Datafolha: 74% dizem que não passarão Natal e Ano-Novo com quem não moram

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Número é maior entre mulheres, que costumam apresentar comportamento mais conservador em relação à pandemia. Pixabay

Datafolha mostra que 74% das pessoas vão evitar reencontrar parentes e amigos durante as festas por precaução contra a Covid-19

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (19) revela que 74% dos entrevistados dizem que não pretendem se reunir com pessoas que não vivam na mesma casa durante as festas de fim de ano. O número é maior entre mulheres e idosos (78%) do que entre homens e jovens (70%).

Já os mais ricos e mais escolarizados são os que mais pretendem se encontrar com pessoas de fora do núcleo familiar: responderam assim 47% dos que ganham acima de 10 salários mínimos e 37% dos que têm ensino superior completo.

Mesmo entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, notório negacionista da gravidade da doença, a maioria diz que não pretende se reunir com pessoas de fora: 69% dos que avaliam o governo como ótimo ou bom.

A pesquisa foi feita entre os dias 8 e 10 de dezembro com 2016 pessoas adultas em todas as regiões e estados, por telefone, com ligações para aparelhos celulares (usados por 90% da população). A margem de erro é de dois pontos percentuais.

O Brasil tem 186.205 mortes por coronavírus confirmadas, segundo levantamento dados do Ministério da Saúde.

Orientações para festas de fim de ano

A Fiocruz elaborou uma cartilha com orientações para as festas de fim de ano, que deixa claro de cara que “a forma mais segura de passar o Natal e o Réveillon é ficar em casa e celebrar apenas com as pessoas que moram com você”.

As orientações foram divulgadas tanto em uma cartilha, disponível online quanto em cards informativos que podem ser compartilhados pelo WhatsApp e demais redes sociais. O material traz orientações sobre o modo de preparar e servir os alimentos, a organização do ambiente e medidas gerais de proteção tanto para quem vai receber outras pessoas em sua casa, como quem vai para algum evento.

“Após um ano tão difícil, mais do que nunca as pessoas querem encontrar e festejar com seus familiares e amigos. No entanto, entendemos que preservar a vida é o melhor presente para compartilhar neste final de ano”, destaca, em nota, o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado.

Orientações

De acordo com a cartilha, quem for receber convidados ou celebrar as festas fora de casa deve usar máscara sempre que não estiver comendo ou bebendo, manter a distância dos demais convidados, evitar apertos de mão e abraços, lavar ou higienizar com álcool 70 as mãos com frequência e não deve compartilhar copos e talheres.

Aqueles que estão organizando os eventos, caso ofereçam bebidas, devem disponibilizá-las em embalagens individuais, como latas ou garrafas, arrumadas em baldes com gelo, para que as pessoas possam se servir sozinhas. Outra orientação é oferecer condimentos, molhos para salada ou temperos embalados individualmente, sempre que possível. Após o evento, a louça deve ser lavada em água corrente e com detergente, ou na máquina de lavar louças.

Grupos de risco

A Fiocruz esclarece ainda que quem teve contato com a doença ou está com sintomas deve evitar encontros por oferecer risco aos demais. Estão na lista aqueles que estão com sintomas relacionados à covid-19 ou que já tem o diagnóstico da doença; quem ainda está no período de 14 dias desde que teve os primeiros sintomas relacionados à covid-19, mesmo que não tenha feito um teste de diagnóstico; aqueles que estão aguardando o resultado de um teste molecular para saber se estão com covid-19; e, quem manteve contato com alguém que teve a doença nos últimos 14 dias.

Pessoas que fazem parte de algum grupo de risco para casos graves de covid-19 ou moram com alguém que faz parte desse grupo também devem se proteger e evitar as festas. Aqueles que têm mais risco para casos graves são os portadores de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica em estágio avançado, imunodepressão provocada pelo tratamento de doenças autoimunes, como lúpus ou câncer; pessoas acima de 60 anos de idade, fumantes, gestantes, mulheres em resguardo e crianças menores de 5 anos.