29.8 C
Campo Grande
segunda-feira, 6 de maio, 2024
spot_img

Acidentes com escorpiões: cuidados devem ser redobrados em períodos de altas temperaturas

Em Ribas do Rio Pardo, houveram duas mortes em menos de dois meses, fora outros casos

As altas temperaturas somadas ao período de reprodução dos escorpiões – que ocorre nos meses de agosto e setembro – tem impactado também nos índices de acidentes envolvendo esses animais em Mato Grosso do Sul. Em 2023, o primeiro trimestre registrou o maior número de casos registrados desde 2020.

No Estado existem três grandes espécies mais comuns, todas conhecidas popularmente como escorpião-amarelo. O animal geralmente vive em terrenos baldios e esgotos e chega às residências por meio de ralos da cozinha e banheiro, podendo causar sérios acidentes.

De acordo com o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), vinculado à SES (Secretaria de Estado de Saúde), o Estado registrou 3.012 casos de acidentes com escorpiões até o momento em 2023. De janeiro a setembro foram contabilizados quase o mesmo número de acidentes de todo o ano de 2022, com menos de 200 casos de diferença durante apenas nove meses.

Campo Grande registrou o maior número de vítimas de escorpiões até o momento, com 787 acidentes. Além da Capital, outros municípios ultrapassam os 100 casos: Três Lagoas (431), Paranaíba (189), Corumbá (133), Dourados (110), Brasilândia (106) e Cassilândia (104).

Na cidade de Ribas do Rio Pardo, duas crianças, de três e cinco anos, morrem após serem picadas, em um intervalo menor que dois meses.

+ Após acidentes com escorpião, prefeitura de Ribas intensifica campanha de prevenção

Segundo Alexandre Moretti de Lima, médico e responsável clínico do Ciatox, crianças e idosos compõem o principal grupo de risco de acidentes por escorpiões, visto que os casos tendem a evoluir com maior facilidade.

“Na maioria das vezes, 98% dos casos são de quadro leve, só com dor local. Em crianças e idosos a gente tem que tomar cuidado pelo risco de manifestação sistêmica e necessidade de soro. Se evoluir com o quadro cardiopulmonar, com edema agudo de pulmão, taquicardia, hipertensão, sudorese, salivação e palidez, será necessário a utilização de soro escorpiônico”.

Cuidados

Para evitar acidentes com escorpiões, o Ciatox recomenda:

  • Usar água sanitária nos ralos e frestas de portas;
  • Instalar barreiras mecânicas nas portas;
  • Evitar o acúmulo de entulhos;
  • Fechar frestas e rachaduras nas paredes;
  • Manter o ralo do banheiro fechado após o banho;
  • Vedar bem as caixas de gordura.

Alexandre Moretti ainda destaca que manter o ambiente limpo é uma das principais maneiras de prevenir o aparecimento de escorpiões, visto que insetos, baratas, gafanhotos e grilos são alimentos para esses animais. O cuidado ambiental é indispensável para a segurança da população nessas situações.

Além disso, em caso de acidente, é necessário lavar o local da picada com água e sabão. Moretti afirma que a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima e passar por atendimento imediatamente. “Em raros casos vai ser necessário a utilização de soro antiescorpiônico, mas quanto mais precoce a utilização, menor a chance de mortalidade”.

Ao matar um escorpião, se possível, ele deve ser recolhido e levado ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município para auxiliar na identificação e medidas de prevenção e controle da espécie. Caso haja a necessidade do soro antiescorpiônico, a determinação da espécie também auxilia no tratamento para o envenenamento.

Para mais informações basta entrar em contato com o Ciatox pelos telefones: (67) 3386-8655 e 0800-722-6001 e 150. A equipe oferece teleatendimento a profissionais de saúde, diagnóstico e identificação de animais peçonhentos e plantas tóxicas.

Fale com a Redação