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quinta-feira, 18 de abril, 2024
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Alunos da UEMS se apresentam no palco virtual do Itaú Cultural

A Cia AM(AR)TE, formada por alunos dos cursos de Artes Cênicas, Dança e Teatro da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) irá se apresentar no Ciclo de leituras do Palco Virtual – Itaú Cultural nesta segunda-feira (21), com a leitura dramática da peça Valongo, de autoria do professor Márcio Silveira dos Santos (UEMS).

O convite surgiu em um curso de Dramaturgia Negra que o professor Marcio participou pelo Itaú Cultural. “Uma das minhas dramaturgias foi selecionada para este ciclo, pela professora do curso e curadora das leituras, a dramaturga Dione Carlos, uma das mais ativas no país na área da escrita e pesquisa de Dramaturgia Negra. Quando recebi o convite para a realização de uma leitura dramática da peça que escrevi, a Valongo, pensei na hora em convidar as alunas e alunos do curso de Artes Cênicas da UEMS”, conta o professor Márcio.

A Cia AM(AR)TE é nova em Campo Grande, surgiu dentro dos cursos da UEMS. Iniciada em outubro de 2018, o Coletivo propõe-se a investigar a potência cênica, seja ela em dança, teatro, música, circo e/ou performance. “Pela estabelecida relação com a universidade, os integrantes da companhia também produzem artigos científicos que relatam e registram os processos criativos experimentados pelos mesmos”, se descreve o grupo.

A apresentação será às 20h, dentro da programação Palco Virtual – Itaú Cultural. O evento é gratuito, mas necessário garantir ingresso virtual neste Link: https://www.itaucultural.org.br/secoes/agenda-cultural/palcovirtual/ciclo-leituras-traz-criacoes-produzidas-curso

Cultura na Pandemia

Para o professor Márcio Silveira Santos, “a apresentação é uma ótima oportunidade para mostrar o trabalho como professor e dramaturgo e para que os alunos do curso de Artes Cênicas, Dança e Teatro possam mostrar nossos esforços e pesquisas, que carregam um pouco daquilo que desenvolvemos nas aulas presenciais e remotas deste 2020. Nesses tempos difíceis em que vivemos e em plena pandemia da Covid-19, vejo como uma grande oportunidade. Passamos o último mês ensaiando, dentro do ambiente virtual claro, e percebo um trabalho potente que brota desses alunos dentro da Universidade; a maioria são da 3ª série do curso de Artes Cênicas e têm um longo e profícuo caminho pela frente”.

Valongo

A dramaturgia Valongo mostra por meio de uma performance ritual a realização simbólica de uma lavagem do Cais do Valongo. A protagonista, com sua força, voz e canto de um corpo-encruzilhada, evoca as memórias, elementos e energias do passado e presente, clama pela permanente resistência afro-diaspórica de luta por justiça e direitos. O texto também faz referência a fatos históricos e outros pontos do complexo escravagista dos séculos 18 e 19, localizado hoje na zona portuário do Rio de Janeiro, como o Lazareto, espaço aonde os negros que chegavam doentes eram curados ou morriam, e o Cemitério dos Pretos Novos. Vestígios de um dos piores momentos de atrocidades da história do país e da humanidade.

“O texto Valongo, referência ao cais no Rio de Janeiro, que recebia africanos escravizados nos séculos 18 e 19, aborda parte da história do Brasil que infelizmente ainda ecoa, e ocuparmos esses espaços de fala, de exposição da nossa arte, reverberando ações como de movimentos e debates sobre Vidas Negras importam, só tem a mostrar o valor e a necessidade latente da arte nos dias de hoje e a qualidade do que é produzido nos espaços do ensino superior”, explica Márcio Silveira.

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