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domingo, 5 de maio, 2024
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Combate a incêndio no Pantanal do Rio Negro ocorre há cinco dias e trabalho tem reforço

Com ações de combate a incêndios florestais em curso há cinco dias em três diferentes áreas do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros acionou reforços nesta quinta-feira (28).

As guarnições continuam no combate e foi possível perceber a efetividade das estratégias aplicadas no local. Durante um sobrevoo na área atingida foi constatado que estão ativos apenas alguns focos de calor. O Corpo de Bombeiros Militar já conseguiu reduzir o avanço do incêndio, mas ainda monitora alguns focos que merecem atenção.

O trabalho para extinção do fogo precisou de ajuda devido a dificuldade de combate a avanço das chamas. Entre os principais problemas está o acesso, pois os focos estão em áreas de difícil atuação, além de fatores climáticos, com baixa umidade relativa do ar, altas temperaturas e velocidade dos ventos.

O foco de maior intensidade, e que exige mais empenho para contenção, está localizado na região do Rio Negro, onde as atividades para extinção foram iniciadas no domingo (24), logo após o CPA – que realiza todo o monitoramento do Estado – ser acionado. Até agora a área queimada é de 1,3 mil hectares. Na terça-feira (27) e quarta-feira (26) houve um aumento significativo da área queimada devido a temperatura muito elevada e fortes ventos na região.

Combate a incêndio no Pantanal do Rio Negro ocorre há cinco dias e trabalho tem reforço
Imagens: CPA/CBMMS

“Cada incêndio florestal que a gente vai tem uma particularidade. O que estamos em atividade, na região do Rio Negro, um fator interessante é a progressão não linear, continua. São vários focos ativos, espalhados em uma grande área. Então quando a gente combate um, temos que progredir no terreno, realocar viaturas, guarnições, para poder atingir outro foco ativo dentro do mesmo incêndio”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, chefe do CPA (Centro de Proteção Ambiental).

Outra questão é a falta de acesso para chegar aos locais em chamas. “Na maioria das vezes a gente não tem estrada, tem que fazer o rastro mesmo pela vegetação, até conseguir acessar esses pontos com os focos ativos”, disse a tenente-coronel Tatiane.

A situação de clima extremo, além de dificultar o combate e agir como combustível, aumentando a propagação e intensidade do fogo, também prejudica os combatentes.  “Outro fator que tem influenciado bastante na dinâmica da propagação dos incêndios e também afetando os próprios combatentes, os bombeiros no local, são as condições climáticas que estão severas. É comum nesta época do ano, mas acaba desgastando mais ainda, podendo levar a desidratação, estafa física do militar que está combatendo. Porque as atividades são diuturnamente durante dia e a noite, então desgasta bastante”, disse a chefe do CPA.

O tenente Aniel, comandante da operação no Pantanal do Rio Negro, confirma o desgaste dos bombeiros que atuam no local. “O desgaste é acima do normal, intenso. Precisamos parar, procurar sombra, tirar equipamento, tomar uma água, esperar um pouco, porque está muito quente. Realmente uma situação atípica”.

Combate a incêndio no Pantanal do Rio Negro ocorre há cinco dias e trabalho tem reforço
Imagens: CPA/CBMMS

Na região do Rio Negro, no Pantanal, o combate conta atuação de três guarnições de especialistas em combate a incêndios florestais juntamente com o apoio do Grupamento de Operações Aéreas, com o emprego da aeronave ‘air tractor’ – que transporta até 3 mil litros de água para áreas de difícil acesso.

Equipes também estão empenhadas próximo a Corumbá, com duas guarnições de especialistas em combate a incêndio florestal. O CPA monitora ainda um incêndio na região do Paiaguás.

Atuação

Em pouco mais de dois meses em alerta – período que teve início no dia 17 de julho –, o Corpo de Bombeiros Militar já atuou em sete grandes incêndios florestais no Estado, seis deles em diferentes regiões do Pantanal e um em Bonito – que foi extinto na sexta-feira (22), após cinco dias de combate.

O CPA (Centro de Proteção Ambiental) do Corpo de Bombeiros funciona em Campo Grande e é o responsável por monitorar os focos e direcionar as guarnições para os pontos mais sensíveis em que há necessidade de atuação dos bombeiros. O monitoramento é feito pelo Sistema de Comando do Incidente em Campo Grande, com imagens de satélite que são analisadas 24h por dia. Assim é possível fazer o acompanhamento em caso de aparecimento e evolução dos focos de calor.

Com drones, além do monitoramento via satélite com uso de plataformas da Nasa – agência do governo dos Estados Unidos –, Polícia Federal, Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), além de tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, o trabalho é realizado de forma específica, garantindo a segurança das equipes e da população, além de mitigar os dados causados pelos incêndios florestais.

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