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domingo, 5 de maio, 2024
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Corpo de garota de programa estava no formato de uma cruz: “queria ficar famoso!”, diz delegada sobre assassino

A delegada Elaine Benicasa, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), revelou nessa terça-feira (23), em coletiva de imprensa, que o corpo da mulher de 42 anos, morta por um homem de 52 anos em Campo Grande, foi encontrado no chão de um quarto em posição de cruz, com os braços abertos e as pernas cruzadas.

A cena fez relembrar os crimes praticados pelo assassino em série Dyonathan Celestrino, que matou três mulheres em Rio Brilhante, uma delas de 13 anos, em um dos casos policiais mais chocantes da história do estado. Atualmente, ele cumpre a pena no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG).

Em depoimento, o autor do feminicídio alegou que matou a mulher por ela trabalhar como prostituta e ainda ser impura. A delegada detalhou que o homem não mostrou arrependimento em momento algum e até mesmo chegou a dar risadas enquanto respondia aos questionamentos.

Na versão dele, contratou a vítima para ter relações sexuais em sua casa, no bairro Santo Antônio, já para matá-la, pois a profissão a tornava ‘impura’ e ‘indigna de viver’. “Ele queria chamar atenção e ficar famoso pelo crime. Embora pareça, ele não queria imitar o Maníaco da Cruz”, declarou a delegada, responsável pelo caso.

A investigação descartou a informação original de que a vítima chamou o autor de feio antes da relação sexual, dessa forma, não houve discussão entre ambos por motivos dessa natureza. No imóvel, foram encontradas várias bíblias e crucifixos e a polícia aponta a possibilidade do assassinato ter motivações religiosas.

Ainda na versão apresentada pelo autor, antes de atacar a mulher com a faca, chegou a ter relações sexuais. Quando terminou o ato, aplicou uma série sequencial de 36 golpes contra ela, ferindo principalmente o pescoço e o abdômen. Para evitar que algum vizinho escutasse os gritos, ele aumentou o volume do aparelho de som.

A mulher morreu logo em seguida e foi quando permaneceu com o corpo dentro da casa por três dias. “Ele contou que já havia se encontrado com a vítima três ou quatro vezes, o que deixa claro para a investigação que o assassino premeditou o crime. Depois que a matou, foi comprar salgados para comer”, disse a delegada.

Ela também detalhou que a casa era totalmente insalubre, com muita sujeira, resíduo de alimento e até fecais. “Tinha muitos roupas espalhada. Não tem água na residência”, pontuou. A investigadora também revelou que ele não fazia acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), local em que foi preso na segunda-feira (22).

O autor acusou sofrer de esquizofrenia e transtornos psicóticos, mas nenhum laudo foi apresentado ou encontrado até agora comprovando isso. Ele segue detido aguardando pela audiência de custódia para saber se será solto ou transferido para algum presídio. O autor responde por ocultação de cadáver e responderá pelo crime de feminicídio.

O caso

A polícia realizou novas diligências ao longo da tarde da segunda-feira (22) para buscar novas provas e até mesmo eventuais comparsas que possam ter ajudado no feminicídio da garota de programa. O crime aconteceu no último sábado (20), mas somente ontem o autor, confessou e revelou estar com o cadáver da vítima na sua casa.

As autoridades foram chamadas pela irmã do autor, que tomou conhecimento do fato durante a manhã, quando ele ligou para ela revelando ter matado a mulher por que ela o chamou de feio. A testemunha disse que foi até a casa, na Avenida Presidente Vargas, no bairro Santo Antônio, e deparou-se com o corpo da vítima.

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