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Inadimplência em Campo Grande sobe 43% em 12 meses, diz SCPC

25/08/2014 11h20

Inadimplência em Campo Grande sobe 43% em 12 meses, diz SCPC

G1

A inadimplência em Campo Grande vem crescendo acima da média nacional, segundo o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O aumento foi de 43% nos últimos 12 meses. Reportagem do Bom Dia MS desta segunda-feira (25) mostrou que, além de ter mais dificuldades para pagar, por exemplo, empréstimos e carnês, o brasileiro também está gastando mais com itens básicos, como a alimentação.

Uma escola particular para os filhos, um carro novo, uma reforma na casa. Nos últimos anos, mais brasileiros tiveram acesso a produtos e serviços que antes estavam distantes. Pode parecer meio incoerente, mas essa melhora de vida acabou refletindo de forma negativa em quem justamente começou a consumir mais, segundo o economista Hudson Garcia da Silva.

“O aumento dessa demanda provocou um aumento do preço porque o mercado não estava preparado para esse consumo no geral. Houve uma pressão, aumento na inflação. Consequentemente, esses preços aumentaram e contribuíram para uma restrição orçamentária maior”, explicou.

Com isso, as dívidas aumentaram em mais de 35%. Já são quase 100 mil pessoas inadimplentes. Tentar um empréstimo pessoal nos bancos pra quitar essas dívidas ficou mais difícil, subiu mais de 0,5%. A retração no nível de emprego na capital sul-mato-grossense também ajudou neste cenário. Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Dsempregados (Caged), houve uma diminuição de 97,5% comparando junho de 2013 com junho de 2014.

O reflexo do cenário econômico chegou até mesmo a uma necessidade básica. Segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da universidade Anhanguera-Uniderp, o brasileiro está pagando mais na hora de fazer uma refeição básica com arroz, feijão, carne de boi e salada. O aumento foi de 8,36% nos últimos 12 meses, quase 2% a mais que a inflação.

Quem vai ao supermercado para comprar os alimentos encara uma inflação acumulada de 9,35%. Inflação perto do teto estabelecido, menos emprego, juros mais altos. Neste cenário de incertezas, o economista orienta priorizar o acesso a necessidades mais básicas e segurar os gastos.

“No caso das famílias que já estejam endividadas, o ideal é conversar com o credor e renegociar essas dívidas, alongando o prazo e tentando uma taxa de juros mais baixa. Para quem não está endividado, o momento é de precaução, talvez guardar esse dinheiro para deixar passar um pouco esse período de ajustes econômicos para voltar a consumidor normalmente”, detalhou Silva.

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