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segunda-feira, 29 de abril, 2024
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Política pública para pessoas com TEA é debatida na Câmara da Capital

A Câmara Municipal de Campo Grande promoveu na manhã desta segunda-feira (8), uma Audiência Pública para discutir sobre as políticas públicas voltadas para as pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e Neurodiversos. A reunião foi momento de lançar debate para aprofundar, analisar e pensar na atual situação das pessoas do grupo. Com isto, representantes da categoria, também cobrou mais atenção do Poder Público às demandas do setor.

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.

O presidente da Comissão Permanente de Saúde do Legislativo, Victor Rocha, que é médico, apontou que o objetivo é melhorar o atendimento das pessoas que possuem transtornos neurodiversos, com pratica de Políticas Públicas.

“Precisamos de uma política pública que realmente faça a diferença para nossos pacientes. Conversando com especialistas, pais e mães, que têm enfrentado as dificuldades no dia a dia, vamos trazer as melhores sugestões para que possamos melhorar o atendimento médico à nossa população”, disse o vereador Victor Rocha, que é medico de formação profissional”, disse Rocha.

Cobrando mais atenção

A representante da Associação de Pais Responsáveis Organizados pelas Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista, Naína Dibo, cobrou mais atenção do Poder Público às demandas dos pais e mães.

“Precisamos ter um local para internação. Não existe nenhum local. Não conseguimos quantificar, mas temos 4,6 mil pessoas com autismo. Temos uma necessidade urgente de atendimento e não temos uma solução prática plausível. Espero, sinceramente, que todos consigam entender o que a família passa”, afirmou.

Sinais de alerta podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade. A prevalência é maior no sexo masculino e o diagnóstico é essencialmente clínico, feito a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de instrumentos específicos.

A vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia, Jucimara Zacarias Martins, afirmou que a condição de neurodiversidade vai exigir muito de todos os envolvidos. “A sociedade deve estar mais atenta e ser respeitosa. Respeitar é facilitar, acolher e reparar. As políticas públicas farão esse importante papel. Seja qual for a demanda, a psicologia estará presente com seu olhar e com seu fazer”, garantiu.

O que diz o Poder Público municipal

Em sua fala, a secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite de Barros, afirmou que a construção de uma política pública eficaz deve ser ascendente.

“Desde o ano passado, não nos furtamos de pensar juntos a respeito da saúde mental. Temos que analisar de uma forma ampla. Nós também precisamos ser capacitados e estamos fazendo isso. Estamos, sim, pensando na saúde mental como um todo e também em suas diversidades. A Saúde sempre vai participar para garantir, de fato, a saúde para todos os campo-grandenses”, disse a titular da Sesau.

Para o vereador Prof. Juari, presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, há uma contradição entre a saúde que a Prefeitura apresenta e aquela que a população utiliza. “Quando se apresenta para nós, na teoria, parece que a melhor saúde do Brasil está aqui na Capital. Mas começamos a questionar. Será um paradoxo? Será uma dicotomia? Quem pode executar diz que está tudo ok. E nós 29 precisamos cobrar o que está na lei”, afirmou.

O vereador Ronilço Guerreiro afirmou que é preciso, também, cuidar de quem cuida. “Quem cuida de quem cuida? Precisamos pensar nessa família. Como psicólogo, acredito que precisamos, urgentemente, trabalhar a saúde mental. Precisamos ampliar e rede e tratar das pessoas. Muitas vezes não há um psiquiatra, um psicólogo. Precisamos dizer aos pais e às mães que eles não estão sozinhos. Esta Casa constantemente apresenta projetos e cobra incansavelmente”, garantiu.

Debate é começo

Para o vereador Prof. André Luís, o objetivo da audiência é ouvir. “A partir daí, construirmos e melhorarmos as políticas públicas. A gente fala pouco e ouve muito para fazer os encaminhamentos sobre o que é útil para que essas políticas públicas se tornam cada vez melhores e mais efetivas. Os mecanismos públicos devem evoluir com essa discussão”, acrescentou.

O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Victor Rocha (presidente), Prof. André Luis (vice), Dr. Jamal, Tabosa e Dr. Loester.

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