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sexta-feira, 19 de abril, 2024
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Brasileiros alcançam recorde histórico de endividamento

Confira 5 dicas para organizar sua vida financeira

A pandemia de Covid-19 afetou a população brasileira de muitas maneiras. A vida financeira foi uma das mais atingidas. Um levantamento nacional aponta que no último mês de maio, o percentual de brasileiros endividados no País alcançou o recorde histórico de 68% do total de famílias desde 2010. O estudo indica ainda que as famílias com dívidas ou contas em atraso alcançou 24,3%, mas ainda 0,8 ponto percentual abaixo do apurado no mesmo período de 2020.

O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Centro Universitário Anhanguera Campo Grande, Ayron Assunção, diz que o cenário reflete a situação financeira dos cidadãos em um período atípico de pandemia. “Houve impacto direto no bolso do brasileiro, sem dúvidas. E ainda não há uma perspectiva segura de quando a economia voltará a se recuperar”, avalia.

Para o especialista, o momento abre o debate para a importância de se preparar crianças e adolescentes para lidar com suas próprias finanças. “A Educação Financeira é um instrumento que estimula a autonomia dos jovens, para a construção de uma vida financeira responsável. Vai contribuir com a formação de um adulto que faça o uso consciente do dinheiro e que saiba lidar com problemas financeiros, principalmente em situações inesperadas como é o caso da pandemia”, destaca Ayron. Ele lembra ainda que o descontrole das finanças pode trazer outros problemas, como transtornos emocionais, afetando a vida de toda a família.

A seguir, o professor lista cinco passos para auxiliar na organização da vida financeira:

1) Consulte seu CPF: tenha conhecimento da extensão da sua dívida. “É muito comum que as pessoas, para se afastar os problemas, ignore as cobranças. Mas é preciso é encarar esse desafio, pois, quanto mais se adia, mas os débitos aumentam”, diz o professor. Por isso, é importante fazer um levantamento inicial de todas as pendências financeiras. Há aplicativos de celular que fazem essa busca, mas certifique-se antes de que o software é oficial da empresa de proteção ao crédito.

2) Negocie: com o resultado da sua busca em mãos, se organize para negociá-las junto ao credor. Mas, antes, faça uma seleção daquelas com valores mais altos; priorize a negociação destas. A razão está nos juros: quanto maior o débito, maior será o encargo. Algumas empresas oferecem sites específicos para esse tipo de negociação. “Faça uma consulta. Às vezes, há boas opções de quitação sendo oferecidas. Não custa tentar”, aconselha. Caso não consiga pela internet, busque contato por telefone ou presencialmente no credor e se mostre disponível para negociação.

3) Corte gastos supérfluos: “Quero negociar, mas não tenho dinheiro para pagar? Então, você precisa de um plano”, diz Ayron. “O ideal é que você coloque na ponta do lápis todas as suas despesas fixas como água, luz, telefone e aluguel, por exemplo. E as despesas variáveis, como parcelamentos de compras. Faça uma análise e veja onde consegue reduzir”. Segundo o professor, nessa etapa é preciso cortar gastos considerados supérfluos, aqueles que não farão falta caso sejam eliminados. “Somente assim você conseguirá recursos para quitar suas dívidas”, avisa.

4) Faça um controle de compras futuras: agora que você está organizando sua vida financeira, controlando gastos supérfluos e quitando dívidas, você não quer colocar a perder todo esse esforço realizado. Nesse passo é muito importante que se evite comprar a prazo. Reflita se o bem que está sonhando comprar é realmente necessário. “Caso seja de extrema necessidade, pesquise valores, negocie descontos. Sabemos que é um pouco mais difícil, mas adie a compra para tentar pagá-la à vista. Essa é, de longe, a melhor opção. Organize-se para juntar dinheiro. Dessa forma, você mantém seu nome limpo e pode usá-lo quando precisar de crédito para aquisição de bem de maior valor, como um carro ou uma casa”, recomenda o contador.

5) Planeje: “Nunca abra mão do planejamento. Uma vez que você conseguiu organizar sua vida financeira, não corra riscos. Mantenha sua planilha de entradas e saídas, tenha uma visão ampla de onde está indo seu dinheiro. E o mais importante: envolva as pessoas da casa, demonstre o valor de cada bem, esclareça os gastos e dê uma visão de futuro; de onde se pretende chegar com esse planejamento. Conquiste aliados para sua organização financeira”, conclui o professor.

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