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sábado, 4 de maio, 2024
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Projeto de Campo Grande homenageia vítimas do rompimento da barragem da Vale em Minas

ONG do Mato Grosso do Sul plantou árvores típicas da Mata Atlântica. Mais de quatro anos após rompimento da barragem, três vítimas não foram encontradas

Voluntários de uma ONG do Mato Grosso do Sul viajaram mais de 1.000 km para prestar homenagens às pessoas que morreram no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte (MG). Cada uma das 270 vidas ceifadas pela tragédia-crime da mineradora Vale, ocorrida em 25 de janeiro de 2019, será lembrada com uma árvore típica da Mata Atlântica.

A ação aconteceu ontem (26), na área verde do bairro Salgado Filho, em Brumadinho (MG), próxima ao Cemitério Parque das Rosas, onde várias vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão foram sepultadas.

A atividade foi uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Brumadinho, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, do Projeto Mil Pelo Planeta e a NotCo, sendo convidada para a homenagem a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho (AVABRUM).

Projeto de Campo Grande homenageia vítimas do rompimento da barragem da Vale em Minas
Familiares participaram do plantio

Com 1 hectare na região urbana da cidade, o terreno foi preparado pela Brigada Carcará, que já promove ali uma ação de reflorestamento. Ao todo, foram utilizadas pelo Projeto Mil Pelo Planeta, que é do Mato Grosso do Sul, 15 espécies diferentes nativas da Mata Atlântica, entre elas, ipês, goiabeiras e pitangueiras.

Com sede em Campo Grande, o Projeto Mil Pelo Planeta saiu do seu estado natal pela primeira vez para plantar em outras partes do Brasil. A organização já espalhou mais de 28 mil árvores no Mato Grosso do Sul, Argentina e Bolívia. Além de homenagear as 272 vidas ceifadas, tratadas como Joias pelos familiares, o ato simbólico também foi uma homenagem às famílias das vítimas e busca garantir mais qualidade de ar e de vida aos moradores.

Amor e respeito

“Queremos levar um pouquinho de amor para as pessoas que ainda sentem dor. Plantar árvore é um símbolo de respeito pelo Planeta. É na união que a gente se fortalece e consegue plantar cada vez mais”, disse o coordenador do Mil Pelo Planeta, Neo Ávila.

Projeto de Campo Grande homenageia vítimas do rompimento da barragem da Vale em Minas
Alexandra Andrade é da diretoria da AVABRUM

Em Brumadinho, é a segunda vez que a memória das vítimas da tragédia é homenageada com o plantio de árvores. Em outubro do ano passado, a AVABRUM e o Instituto Camila e Luiz Taliberti também se juntaram para o plantio das 272 mudas, no mesmo local onde foi atividade desde sábado. Na ocasião, os participantes também usaram mudas da Mata Atlântica, com de aroeira, pau-brasil, ipê amarelo, ipê roxo, paina e cedro.

Cooperação e cidadania

“Esse plantio estimula a desenvolver atividades que afloraram o senso de cooperação e cidadania. Uma oportunidade de ter uma experiência construtiva para melhorar o mundo através da natureza. E é emocionante e gratificante saber que, mesmo após quatro anos e sete meses, os nossos entes queridos continuam recebendo homenagens, continuam sendo lembrados porque eles são muito amados”, disse Alexandra Andrade, da diretoria da AVABRUM.

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