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domingo, 16 de junho, 2024
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Assassino de dono de lava a jato em júri hoje ante provável condenação diz ter ‘ficado cego e não pensou’

O réu, posteriormente confesso, Joe Magnum Arce de Souza, 37 anos, acusado de matar a tiros o empresário Luiz da Conceição Tierre, 36 anos, está sendo julgado nesta quarta-feira (15). O crime esta completando dois anos pelo homicídio, que ocorreu em um lava a jato na Avenida das Bandeiras, com a Rua Bom Sucesso, Jardim Jockey Club, região centro-sul de Campo Grande. Veja abaixo, toda a cobertura que o Enfoque MS fez na época.

Souza ainda tem outra morte na conta, pois em bala perdida, também matou o eletricista Adriano Medeiros Pereira, 33 anos, que passava de moto na Avenida. Assim, o ainda acusado, enfrenta o júri hoje para provável condenação ante ter confessado o crime quando foi preso e ainda hoje, reafirmou dizendo ficou cego e não pensou no momento da ação.

Hoje, sentado no banco dos réus do Tribunal do Júri, ele disse que “Agi no calor do momento. Fiquei cego e não pensei direito”, sobre o crime que ocorreu no dia 27 de maio de 2022. Durante depoimento no júri, Joe confessou que na época do crime havia se separado há cinco meses de Nayara Aparecida Garcia da Silva e vinha passando por dificuldades financeiras.

Segundo o réu, a ex-mulher estava namorando com Luiz Tierre e desde então, passou a ser ameaçado de morte pelo empresário. “Ele me ligava por videochamada sendo que na primeira vez apareceu dando um tiro de pistola dentro do lava a jato, próximo da Nayara. Na segunda vez, dois dias antes do crime fez outra videochamada onde aparecia dando um tiro contra uma árvore. Ele também mandou vídeos pelo WhatsApp onde mostrava um homem cortado e ele dizia que se eu continuasse atrás da Nayara, isso ia acontecer comigo”, contou.

Momento e lugar errado

Joe que tem uma filha de 9 anos com Nayara, contou que no dia anterior ao crime dormiu na casa da ex com a criança e mais dois filhos da mulher. Ele estava com uma arma que pertencia a um tio falecido e a vendaria para o primo, para conseguir dinheiro, devido a dificuldade financeira que vinha passando.

Na manhã do crime, Joe tentou entrar em contato com Nayara, mas como não conseguiu, foi até o lava a jato, na Avenida das Bandeiras. Conforme relatado por ele, nesse meio tempo, recebeu mensagem da vítima, mas não leu. “Quando eu cheguei na cena do crime, fiquei cego e fiz o que fiz. Na hora não pensei direito e cometi esse crime”.

Questionado sobre atingir o eletricista Adriano Medeiro Pereira, que passava de moto pelo local, Joe explicou que não imaginava que fosse acertar outra pessoa. “Depois que eu fugi parei para pensar, foi horrível, por isso decidi tomar a decisão de me entregar”, relatou.

Joe informou ainda que desde que se separou de Nayara, a filha do casal morava com ele e a mulher ajudava financeiramente quando precisava.

O Júri e caso

A sessão do júri está acontecendo na 2ª Vara do Tribunal do Júri e é presidida pelo juiz Aluísio Pereira dos Santos. A defesa de Joe está a cargo do defensor público Rodrigo Stochiero. Na acusação atua a promotora de justiça Luciana do Amaral Rabelo.

Três testemunhas foram arroladas pelo Ministério Público para serem ouvidas, mas foram dispensadas. As pessoas nem chegaram a comparecer no plenário. Os familiares das vítimas e do réu também não estiveram presente na sessão. Um homem e uma mulher que eram funcionários do lava a jato estava acompanhando o julgamento, mas não quiseram conversar com a reportagem.

O caso – Em depoimento na 5ª Delegacia de Polícia Civil, Joe Magnun Arce de Souza, de 34 anos, preso no dia 28 de junho de 2020, disse que matou Luiz da Conceição Tierre, de 36 anos, dono de um lava jato na Avenida das Bandeiras, em Campo Grande, porque era humilhado ao pedir pensão para a filha que tem em comum com Nayara Aparecida, 34 anos, namorada da vítima.

O crime ocorreu quando Luiz chegava no estabelecimento, na manhã do dia 27 de maio. No momento da execução, o eletricista Adriano Medeiros Pereira, 33 anos, passava de moto e morreu ao ser atingido por uma bala perdida.

Joe relatou à polícia que não se recordava da data, mas recebia ameaças de Tierre, por videochamada, dele atirando em uma árvore, dizendo que ele era um mendigo, não era homem. Muito emocionado, o acusado contou que não executou Tierre por ciúmes de Nayara, mas sim, porque ele recebia muitas ligações da vítima, sempre o humilhando.

Indagado sobre o porquê Tierre o ameaça, Joe alegou que não sabia, pois não conhecia a vítima, mas acredita que era porque ligava para Nayara solicitando ajuda financeira para cuidar da filha que os dois têm em comum e vivia com ele. Quanto ao revólver calibre 38, usado no crime, Joe disse que a arma era de um tio, que já morreu.

No dia do crime, relatou Joe, saiu de casa de bicicleta, de cor amarela, para ir à casa de um primo, que fica no Bairro Jockey Club, com a intenção de vender a arma para levantar um dinheiro. Mas ao chegar na região, lembrou que a ex-mulher estava trabalhando no lava-jato na Avenida das Bandeiras e decidiu ir pedir dinheiro para a ex, porém ao chegar se deparou com Tierre olhando para a tela do celular e rindo.

Imaginando que a vítima estava rindo dele, o autor decidiu atirar. Ele disse que mesmo assim, Tierre continuou o ameaçando, por isso ainda correu atrás dele, fazendo outros disparos. Ele afirmou não ter percebido quando atirou no motociclista, que passava pelo local, pois seu alvo era Tierre. Após o crime, Joe fugiu de bicicleta pela Rua Bom Sucesso.

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